Praticar exercícios físicos melhora o humor de jovens, desde que a atividade não os leve ao estado de exaustão.
Neste caso, o efeito é o contrário. A conclusão é de um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apresentado em setembro na 30ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), em São Paulo.
O educador físico Rafael Chagas Miranda, autor da pesquisa, observa que estudos anteriores sobre o impacto de exercícios de alta intensidade no humor das pessoas sempre avaliavam atividades que levam à exaustão, estado em que o praticante atinge seu limite físico e não consegue mais continuar. Essas pesquisas concluíam que os exercícios intensos pioravam o humor das pessoas.
A pesquisa
Miranda resolveu estudar, então, qual seria o efeito dos exercícios de alta intensidade que não levavam à exaustão, feitos com intervalos entre as sessões.
Para isso, recrutou 30 voluntários saudáveis e jovens, com idade média de 22 anos. Eles foram divididos em três grupos.
O primeiro praticou atividades físicas moderadas, que comprovadamente estão associadas à melhora do humor. O segundo praticou atividades de alta intensidade até chegarem à exaustão.
O terceiro praticou atividades com a mesma intensidade e mesmo gasto calórico do segundo, mas feitas com intervalos, evitando que os praticantes chegassem ao limite do cansaço.
Comparação
Os praticantes tiveram seu humor e seus níveis de ansiedade testados antes e depois dos exercícios. Essa medição foi feita por meio de questionários validados cientificamente para avaliar esses estados.
A conclusão foi que, enquanto o grupo que se exercitou até a exaustão teve uma piora no humor, o que fez atividades de alta intensidade com intervalo sentiu uma melhora considerável em sua saúde psicológica.
“Todos os trabalhos que envolvem a alta intensidade de exercício físico utilizaram protocolos de exaustão. Neste sentido, a visão atual da literatura científica é que a alta intensidade em geral leva à piora do estado de humor imediatamente após a prática”, diz Miranda.
“Porém demonstramos que, quando a alta intensidade não atinge a exaustão, não há piora do estado de humor, e sim o oposto.”
Com informações do G1