A possibilidade de cura para Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) pode estar mais perto do que nunca.
A informação é de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Carolina no Norte, nos Estados Unidos.
A primeira descrição científica de como as proteínas neurais se aglomeram em um composto tóxico que torna a célula doente e, por fim, a mata, foi comunicada nesta segunda-feira (28).
Um dos maiores obstáculos para entender como a doença neurodegenerativa surge é o fato de os cientistas não saberem que tipo de relação entre as células faz com que os neurônios motores morram.
Uma publicação na edição online da revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” mostra que o estudo é considerado um passo crucial para o desenvolvimento de drogas que possam interromper a formação desses aglomerados e deter a progressão da doença, que costuma ser severa.
Os pacientes com ELA sofrem paralisia e morte precoce em consequência da perda de neurônios motores que são essenciais para falar, se mover, engolir e respirar.
Com o mistério sobre o surgimento da doença aparentemente desvendado, os cientistas estão esperançosos com a possibilidade de um controle sobre este e outros males neurodegenerativos.
Segundo o autor sênior do estudo Nikolay Dokholyan, professor de bioquímica e biofísica da Universidade da Carolina do Norte, um dos maiores enigmas da saúde tem sido como lidar com doenças neurodegenerativas.
Este estudo é um grande avanço porque abre uma porta sobre a origem da morte dos neurônios motores, o que pode levar à descoberta de medicamentos.
A pesquisa
O estudo se resume em um subconjunto de casos de ELA que estão associados a mutações em uma proteína conhecida como SOD1.Estima-se que de 1% a 2% dos pacientes têm esse tipo de variação.
No entanto, mesmo no restante dos pacientes, a proteína SOD1 tem a capacidade de formar aglomerados potencialmente tóxicos no cérebro.
Os pesquisadores descobriram que a SOD1 cria aglomerados temporários de três moléculas, conhecidos como trímeros, capazes de matar células neuronais motoras cultivadas em laboratório.
Esperança de cura
Além da luz sobre as causas da ELA, os estudiosos dizem que a descoberta da cura para a doença pode ajudar a entender outras doenças degenerativas como o mal de Alzheimer e mal de Pakinson.
Segundo Dokholyan, há muitas semelhanças entres as doenças e o que foi encontrado até o momento pode ajudar com o que já se sabe sobre o Alzheimer.
“Se pudermos descobrir mais sobre o que acontece na ELA, existe potencial para compreender as raízes de muitas outras doenças neurodesgenerativas”, concluiu.
Com informações da Gazeta OnLine