Um hospital público de Brasília está usando uma técnica que tem eficácia de 99% para remover câncer de pele.
O método cirúrgico Mohs, ou cirurgia micrográfica, utiliza baixas temperaturas para remover tumores.
Ele permite a avaliação de 100% das margens do tumor e uma precisão maior para que seja retirado apenas o tecido doente.
O procedimento é feito no Hospital Regional da Asa Norte – Hran – e após a retirada é realizado um novo exame para garantir que todo o câncer tenha sido extinto.
A técnica
Durante o procedimento, o cirurgião demarca a área do tumor e o divide em quatro partes, para fazer a biópsia e o congelamento.
Diferentemente dos métodos usuais — que avaliam as margens por amostragem — na cirurgia micrográfica 100% delas são avaliadas.
“Caso seja constatado que ainda existe tumor após a biópsia, o cirurgião amplia a área somente no trecho especificado, preservando a pele sadia”, explica o cirurgião dermatológico Eugênio Reis, responsável pelos procedimentos cirúrgicos no Hran.
Menos cicatrizes
Eugênio Reis também afirma que a técnica deixa menos cicatrizes nos pacientes, principalmente em regiões mais sensíveis, como o rosto.
Segundo ele, na técnica convencional, além do local do tumor, é dada uma margem de segurança de 5 a 6 milímetros. Já na cirurgia de Mohs essa demarcação não ultrapassa 2 milímetros.
Além de é menos invasivo que os métodos tradicionais e esta é a técnica de cirurgia de câncer de pele mais eficaz existente, diz o médico.
“Isso gera uma maior qualidade de vida para as pessoas tratadas. A perspectiva é que esse tumor não volte por pelo menos dez anos”, prevê.
Todo o procedimento é feito com anestesia local e, na maior parte dos casos, dura em torno de uma hora.
Atendimento
As operações ocorrem sempre às quintas-feiras.
A expectativa é que, ao longo deste ano, o atendimento seja ampliado para pelo menos dois dias por semana.
O Hospital Regional da Asa Norte é referência no Brasil nesse tipo de tratamento.
Para conseguir agendar uma cirurgia com essa técnica no Hran, os pacientes devem ser oriundos do próprio ambulatório de tumor de pele da unidade.
Disponível para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), o método começou a ser praticado há oito meses na unidade. Pelo menos 30 pacientes já foram beneficiados.
Com informações da AgênciaBrasília