Crianças voltam a brincar na rua no centro de São Paulo!

Por Rinaldo de Oliveira – com colaboração de Leandro Schneider, em São Paulo.
Nada de smartphones, nem joguinhos eletrônicos. Crianças estão voltando a brincar no meio da rua… e isso acontece, por incrível que pareça, no coração da maior cidade do país: São Paulo.
Ela pulam corda, correm, brincam de passa- bola… se divertem como nossos pais, tios e avós faziam décadas atrás, nas cidades do interior.
Esse poder de diversão e socialização infantil está de volta a ruas como a Anita Ferraz, no bairro do Glicério, que é sem saída, mas não era aproveitada pelas crianças.
O resgate foi feito por integrantes dos projetos Esporte na Rua do Instituto Barrichello.
“Nós começamos a fazer um mapeamento, andar pelas ruas, conversar com as pessoas para entender o que a gente poderia fazer no projeto Esporte na Rua. Qual a rua mais adequeada, segura, que isso pudesse acontecer. Nessa andança a gente chegou na [rua] Anita ferraz, uma rua sem saída…”, disse Dayane Alves, assistente social que também é uma das educadoras do projeto.
Ela conta que antes do projeto, a garotada mal aproveitava a rua. Mas isso mudou.
“Hoje o projeto já está acontecendo [sozinho]. É muito legal ver as crianças se apropriando desse espaço. Independentemente de nós estarmos lá nos dias das atividades, ou não”.

História
O Projeto Esporte na Rua para uma Cultura de Paz – em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo – começou em março de 2016.
A região do Glicério foi indicada e referendada pelos equipamentos públicos: Conselho Tutelar, Centro de Referência da Assistência Social e Subprefeitura da região Central.
“É um projeto do Instituto Barrichello [que atende] crianças e adolescentes com idades entre 6 e 18 anos incompletos. A proposta é de realizar atividade de iniciação esportiva, [para o] desenvolvimento humano e ressignificação dos espaços públicos para a prática esportiva”, explicou Gildásio Januário, coordenador do projeto, ao SóNotíciaBoa
A ideia deu tão certo que o projeto “que pretendia atender 200 crianças em cada núcleo do centro da cidade, hoje atende 320 crianças, duas vezes por semana. No núcleo Glicério e núcleo Largo Coração de Jesus”, conta Gildásio.
Criança Fala
Seguindo a mesma linha democrática, o Criança Fala, do projeto CriaCidade – criado por Nayana Brettas – pintou paredes das vielas e levou o Cantinho da Leitura até as pensões da região, que além de livros inclui pintura, brincadeiras de roda, de bambolê e passeios culturais, como levar a criançada ao teatro.
“O Glicério está mudando, com a amor e alegria”, diz o vídeo do Criança Fala gravado em 2015.
O Glicério
Para quem não conhece, o Centro de São Paulo talvez seja o maior e mais real retrato de uma sociedade com grande desigualdade social.
Enquanto há lugares nacionalmente conhecidos devido ao charme e glamour que herdam da era dos barões do café, como o Teatro Municipal, fica evidente, também, o grave problema que vem permeando toda a sociedade por diversas gerações. Entre elas: ausência de creches, de serviços de convivência e fortalecimento de vínculos, habitação e outros.
Assista:
Da redação do SóNotíciaBoa