Batalha vencida contra o vilão Aedes Aegypti.
Um projeto com mosquitos geneticamente modificados conseguiu diminuir o número de larvas em bairros de Piracicaba, no interior de São Paulo.
A empresa britânica Oxitec, que “produz” o inseto transgênico do projeto “Aedes do Bem” alcançou 81% de eliminação de larvas selvagens na área tratada – regiões do Cecap, Centro e São Judas – em comparação com a área não tratada.
“Com níveis de liberação do mosquito transgênico 59% inferiores no ano passado, na comparação com 2015, o índice de supressão demonstra a força e o efeito duradouro da solução da Oxitec”, afirmou a empresa.
É o segundo ano consecutivo que o nível de eliminação excede 80% no bairro da região leste, onde o “Aedes do Bem” é utilizado desde julho de 2015..
O Aedes aegypti é o principal vetor da dengue, febre amarela, Zika e chikungunya.
Resultados
No bairro São Judas, região onde o Aedes do Bem foi liberado pela primeira vez em meados de 2016, a redução de larvas selvagens do Aedes aegypti alcançou 78%, na comparação com a área não tratada, em apenas seis meses.
“Estamos animados com esses números e continuamos nos esforçando para fazer uma diferença significativa na luta contra esse mosquito, usando tecnologia inovadora”, disse Jorge Espanha, diretor geral da Oxitec do Brasil.
“Começamos a trabalhar com o “Aedes do Bem” em 2015, no CECAP/Eldorado”, lembrou o secretário de Saúde e Esportes, Pedro Mello.
“No segundo ano, continuamos a ver resultados muito bons que, tenho certeza, fizeram uma grande diferença na vida dos moradores do bairro, ajudando a protegê-los desse perigoso mosquito que transmite diversos vírus”, comentou.
Na última sexta-feira, uma comitiva de cientistas africanos visitou a cidade pra conheceer o projeto.
Fábrica de ‘Aedes do Bem’
Em outubro de 2016 uma fábrica capaz de produzir 60 milhões de mosquitos geneticamente modificados por semana, para combate ao Aedes aegypti, foi inaugurada em Piracicaba (SP).
Inicialmente, a unidade fabrica um terço da capacidade total, aproximadamente 20 milhões de machos modificados por semana.
A fábrica tem 5 mil metros quadrados e fica no distrito industrial Unileste.
Investimento
Foram gastos cerca de R$ 20 milhões para construção do local, que amplia em 30 vezes a capacidade de produção da Oxitec, que já tinha sede em Campinas (SP).
Os mosquitos machos transgênicos não picam e não transmitem as doenças.
Conforme a empresa, ao serem liberados, eles procuram se reproduzir com fêmeas selvagens do Aedes aegypti.
Os filhotes desse cruzamento herdam um gene que faz com que eles morram antes de se tornarem adultos, afirma a Oxitec.
Com informações do G1