USP cria chocolate sem lactose e com lactobacilos: contra câncer

Um chocolate gostoso, que faz bem para o intestino, tem lactobacilos, reduz o risco de câncer de cólon e ainda pode ser consumido por pessoas com intolerância à lactose.
A grande novidade é brasileira. Foi desenvolvida por pesquisadoras do Departamento de Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP) de Pirassununga (SP).
O chocolate funcional contém em sua composição probióticos, que são micro-organismos que melhoram as funções gastrointestinais, reduzem o risco de constipação e a possibilidade de desenvolvimento de várias doenças, como o câncer de cólon.
Os probióticos aplicados ao chocolate foram o lactobacillus acidophilus e bifidobacterium animalis, que são semelhantes aos presentes naturalmente no organismo humano, mas que ao longo da vida vão se perdendo pelo consumo de alguns alimentos industrializados que afetam a flora intestinal, como o açúcar, abusos de medicamentos e o estresse.
As pesquisas
Foram necessários dois anos para que a mestranda Marluci Palazzolli da Silva conseguisse uma fórmula que incorporasse os lactobacilos ao chocolate.
Isso foi feito por meio de um delicado processo chamado microencapsulação.
É como se os lactobacilos fossem embalados em bolsas microscópicas antes de serem colocados no chocolate. Assim, eles ficam protegidos na hora da fabricação do alimento e também durante a passagem pelo estômago.
“[O estômago] é um meio ácido que destrói esses micro-organismos. Então deixando-os protegidos se garantiu que eles chegassem ao intestino, onde são liberados e tem sua atuação”, explicou a professora Carmem Fávaro Trindade, orientadora da pesquisa.
Sem lactose
O chocolate produzido por Marluci não tem lactose.
“A gente pensou em relação às pessoas que não consomem o leite, com intolerância à lactose, alérgicas ou com restrição de proteína animal. Esse público não tem um produto probiótico no mercado”, afirmou Marluci.
Isso porque os lactobacilos são mais comumente encontrados em iogurtes, sorvetes e cremes porque os lácteos são boas matrizes para veiculação de micro-organismos.
Gostoso
O chocolate com probióticos foi testado por 109 voluntários que avaliaram cor, textura, sabor, aroma, além de dar uma nota sobre a aceitabilidade do produto.
Em uma escala de nove pontos, o chocolate teve média 7.
Além disso, 75% dos voluntários demonstraram intenção de comprar o produto caso ele chegue ao mercado.
Agora, as pesquisadoras buscam parcerias para fazer com que o chocolate chegue aos consumidores.
Com informações do G1