Um estudo feito por irmãs gêmeas da Faculdade de Engenharia dos Alimentos da Unicamp aponta que o uso das chamadas bactérias “do bem” em alimentos reduz níveis de glicose e colesterol no organismo.
A pesquisa que adicionou probióticos ao pão, macarrão, suco e requeijão também comprovou melhorias no funcionamento do intestino.
As pesquisadoras Caroline e Carine Nunes de Almada descobriram que os paraprobióticos fazem bem mesmo quando são adicionados mortos aos alimentos.
Elas funcionam de forma semelhante à dos lactobacilos vivos, usados em leites fermentados.
No estudo, as bactérias foram submetidas a alguns processos que comprovam que elas tem resistência maior e efeito funcional por mais tempo nos alimentos.
“Eu trabalhei com as bactérias mortas, porque podem ser adicionadas em alimentos em que eles passam por processos mais drásticos, alta temperatura, pressão. Eu pude ver que o consumo desse macarrão com paraprobiótico provocou redução dos níveis de glicose e colesterol nos ratos quando foi comparado com o grupo controle, o grupo que não consumiu o macarrão com paraprobiótico”, explicou a pesquisadora Caroline Nunes de Almada.
Além da farinha e do macarrão, a pesquisa também testou os benefícios nos iogurtes.
Nessa forma, elas utilizaram micro-organismos vivos.
Resultados
Os animais que consumiram o iogurte com as bactérias também obtiveram resultados para o organismo.
“Mostraram menores níveis de glicose e triglicerídeos e também aumento das bactérias benéficas ao trato gastrointestinal”, contou a pesquisadora Carine Nunes de Almada, irmã gêmea de Caroline.
No teste citado por Carine, os animais tiveram redução de 10% no nível de glicose e de 34% no de triglicerídeos, além das melhorias no intestino.
Atualmente poucos alimentos utilizam probióticos, uma vez que, até então, encontravam-se dificuldades nas etapas de processamento dos alimentos, ou mesmo sua adição em um meio ácido como o suco de laranja, por exemplo.
A partir dos testes, será possível diversificar o uso, aposta Sant’Ana.
Os trabalhos das irmãs foram feitos para seus doutorados e já têm pedido de patente.
“Pensando em alimentos funcionais e num cenário em que a gente vê cada vez mais associação entre a microbiota intestinal e a saúde dos consumidores, as pesquisas constituem uma estratégia para que as pessoas tenham os efeitos benéficos à saúde”, complementa o professor.
As pesquisadoras do Laboratório de Microbiologia Quantitativa de Alimentos foram orientadas pelo professor Anderson Sant’Ana.
Com informações do G1