Uma semana depois de denunciar o crime de racismo que sofreu –um aluno se recusou a receber a prova das mãos da professora – a docente Isabel Cristina Ferreira dos Reis recebeu homenagens e carinho de outros alunos da UFRB, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
Isabel Cristina ganhou várias flores ao longo da uma aula, no campus de Cachoeira.
No vídeo, gravado nesta terça-feira, 17, cada aluno que entra na sala traz uma ou várias flores e entrega para a professora, que fica visivelmente emocionada.
O crime
A professora foi vítima do crime de racismo no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), em Cachoeira, no recôncavo da Bahia, na noite de segunda-feira (9).
Um estudante se recusou a receber a prova das mãos dela.
A professora denunciou à Polícia Civil que sofreu racismo durante a aplicação de provas e entrou com uma ação no Ministério Público da Bahia (MP-BA).
O crime de racismo foi gravado por estudantes que estavam dentro da sala de aula.
As imagens mostram Danilo Araújo de Góis se recusando a pegar a prova na mão da professora e pedindo que ela colocasse o exame em cima da mesa para que ele pudesse pegar.
O vídeo ainda mostra que a coordenadora do curso fala para a professora que é um direito dela continuar na sala sem o aluno.
Em entrevista ao G1, a professora do curso de Licenciatura em História disse que Danilo pega a matéria dela, História do Brasil no Século XIX, como optativa, e que neste semestre foi a primeira vez que ele foi seu aluno.
Racismo e homofobia
O aluno tentou entrar na universidade através de cotas raciais.
Ela revelou ainda que os estudantes já tinham contado que ele não gostava de encostar em pessoas negras e homossexuais e que, além disso, ele se recusava a pegar qualquer coisa na mão de pessoas negras.
A professora relembrou que durante uma aula, neste semestre, o estudante chegou a dizer que os negros eram preguiçosos e fediam.
Investigação
Segundo a polícia, o estudante do curso de Ciências Sociais, Danilo Araújo de Góis, esteve na Delegacia de Cachoeira e relatou que foi vítima de preconceito, porque os estudantes não o deixaram se explicar e o chamaram de racista.
Ele registrou um boletim de ocorrência e foi liberado.
Repúdio
Em nota, a UFRB informou que repudia a atitude do estudante para com a professora e outros alunos do Centro de Artes, Humanidades e Letras, em Cachoeira.
A instituição também informou que criou uma comissão para apurar as denúncias encaminhadas por estudantes e professores do Centro de Artes, que informam ter presenciado outras manifestações de preconceito racial, de gênero e de homofobia por parte do estudante.
A comissão abriu um processo administrativo e o estudante poderá ser penalizado com advertência verbal, repreensão escrita, suspensão de 30 dias, suspensão de 90 dias e desligamento da universidade.
Com informações do G1
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