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“Menudo” volta a andar após 11 meses paraplégico: 3 tiros
2 de março de 2020
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Menudo em abril de 2019 e agora - Fotos: reprodução / Instagram|||
Menudo em abril de 2019 e agora - Fotos: reprodução / Instagram|||

Hoje é dia de festa na família de Carlos Aberto de Souza, o “Menudo”, como é conhecido no Rio de Janeiro. 11 meses após o assalto – no qual levou três tiros no Recreio dos Bandeirantes e ficou paraplégico – o radialista de 36 anos comemorou a vitória com fotos do antes e depois no perfil dele no Instagram. (vídeo abaixo)

“Hoje já tenho uma recuperação de 75% da perna direita. 40% de movimentos da perna esquerda. Já consigo ficar de pé sem apoio, e caminhar pela rua do condomínio de andador. Me considero na reta final de toda essa luta. Não há nada que possa descrever a sensação de poder ficar de pé novamente”, contou em entrevista ao SóNotíciaBoa.

“Em que eu me apego pra tal evolução? Me apego em Deus, na fé que tenho no Deus do impossível, que vem me permitindo mudar esse prognóstico médico. O amor da família também é essencial, assim como a torcida de todos os meus amigos”, afirmou.

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Entre os amigos que ele cita estão o ator Rômulo Estrela: “Ganhei a cadeira feita sob medida, dele!”. E  agradece também aos outros colegas da TV Globo, onde trabalha, que fizeram uma vaquinha online para ajudá-lo na fase mais crítica.

E teve também a força própria: “Eu não imaginava a força que tinha, para me levantar e seguir em frente”, escreveu no Instagram.

A história

Menudo mora em Jacarepaguá e estava de férias, voltando de São Paulo, quando foi assaltado no dia 02 de abril de 2019, na praia do Recreio dos Bandeirantes.

Ele conta que tinha acabado de estacionar o carro, logo após sair da academia, quando 3 homens chegaram armados, o renderam e pegaram a chave do automóvel. Ele reagiu.

“Um deles voltou apontando a arma na minha direção para me matar. Quando percebi… reagi entrando em luta corporal… Ao conseguir jogar o bandido no chão, tentei correr, e ali mesmo ele atirou. De 4 tiros dados, 3 atingiram minhas costas”, lembrou.

Carlos diz que demorou 11 horas para ser atendido.

“Fui levado para o Hospital Lourenço Jorge, na barra da Tijuca, onde tive somente o atendimento inicial. Como a máquina de tomografia estava quebrada, fui transferido. Cheguei ao hospital Miguel Couto pra realizar a tal tomografia, mas… permaneci deitado numa maca gelada, somente de fraldas, sem um sequer atendimento”.

“Fui baleado às 22:14 de uma terça-feira, e atendido às 09:00 de uma quarta- feira. Ou seja, permaneci 11 horas baleado com 3 tiros até o devido atendimento”, disse.

O diagnóstico

Depois da cirurgia, Carlos Aberto ficou uma semana na UTI e mais dois meses internado. Os médicos diagnosticaram que ele estava paraplégico.

“Fiquei totalmente debilitado, havia perdido os movimentos das pernas… com a notícia de que estava paraplégico, que nunca mais iria me levantar”.

Ele lembra que se apegou no positivo.

“Passei por vários profissionais de fisioterapia que não acreditavam na minha recuperação, pelo estado que eu me encontrava, mas uma delas viu potencial em mim e disse que se eu mantivesse o foco, a vontade de vencer, e a fé, eu teria bons resultados”, lembrou.

Ele ganhou o tratamento de graça do Dr. Sandro Luzes, da Clínica Fisio Sport Center e fez lá os primeiros 5 meses de fisioterapia. No fundo da dor, Menudo encontrou forças para emergir.

‘Lutei, sofri tudo que era pra sofrer, mas esse mesmo sofrimento me fez forte, me fez ser o Carlos, ou Menudo, que sou hoje. Não sou melhor do que antes, só estou muito diferente do que eu era”, escreveu.

A virada

Mesmo numa cadeira de rodas, aos 36 anos, Menudo não se entregou, ao contrário.

“Fazia sessões de fisioterapia, treinava todos os dias. Pouco antes de ter alta do hospital, eu já conseguia mexer um dos dedos dos pés”.

Parecia pouco, mas já era um sinal de que ele poderia se recuperar. Carlos voltou para casa e pegou firme na fisioterapia e novos resultados começaram a aparecer.

“Depois de um mês em casa fui para uma clínica de um amigo meu, onde demos início a uma longa jornada de fisioterapia… Eu comecei a ter reações… minhas pernas começavam a dar sinais. Fiquei lá por 4 meses”.

O próximo passo foi na ABBR, clínica especializada em reabilitação.

“Hoje me trato numa clínica especializada em lesões medulares e venho obtendo resultados sensacionais. Com muita força de vontade e fé em Deus, comecei a ter respostas cada dia mais rápidas dos movimentos das pernas, treinos intensos. Em casa eu também treinava com ajuda dos meus irmãos e da minha noiva, Tatiana”.

Volta por cima

Hoje, além do trabalho de reabilitação, ele faz academia e agradece a cada passo conquistado.

“Não há nada que possa descrever a sensação de poder ficar de pé novamente”, afirma.

Animado e confiante, Menudo fica feliz em poder compartilhar a história dele de superação, para inspirar outras pessoas a persistirem. Jamais se entregarem.

Ele sabe que o fato de ter sobrevivido a três tiros nas costas foi uma dádiva e diz que falta pouco para voltar a fazer tudo que mais gosta.

“Tô caminhando pra vitória. Está mais perto agora. Voltar pras minhas atividades diárias, pros meus amigos, meu trabalho. Não vejo a hora”, concluiu.

https://youtu.be/vvKnpJFYdm8

Menudo na cadeira de rodas na academia - Foto: reprodução Instagram
Menudo na cadeira de rodas na academia – Foto: reprodução Instagram
Menudo treinando na academia - Foto: reprodução / Instagram
Menudo treinando na academia – Foto: reprodução / Instagram
Ele com a noiva, sempre presente - Foto: reprodução / Instagram
Ele com a noiva Tatiana, sempre presente – Foto: reprodução / Instagram

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02/03/2020 – 11 meses de lesão. Lá vai textão! Então! Hoje completam 11 meses daquele episódio triste da minha vida. Gostaria de compartilhar com vocês amigos, aqueles que sempre estiveram do meu lado, na torcida pela minha recuperação, aí estão as duas fotos, meu antes e depois! Olhando assim parece até que foi rápido, pois é! Não foi, e ainda não tem sido, esse infelizmente será um trauma que levarei pro resto da vida, pois só quem já viveu algo parecido sabe. Tive que ter muita força, e muita fé pra recuperar, pra me reerguer, não foi fácil! Cheguei ao hospital numa situação gravíssima, com 3 perfurações por arma de fogo, fiquei durante 11horas baleado esperando o devido atendimento, quase perdi a minha vida, toda vez que eu sentia que estava indo embora, Deus vinha e me resgatava, pois eu precisava viver, precisava continuar minha jornada aqui, na terra, embora muita dor, eu me mantive vivo, aguentando firme, até o momento da cirurgia. Minha cirurgia foi um sucesso, mas eu ainda tinha que esperar por 2meses pra voltar pra casa, internado continuei, sem os movimentos das pernas, com a notícia que estava paraplégico, que nunca mais iria me levantar. Mesmo com esse prognóstico, eu não me entreguei, sempre acreditei que sairia daquela, tive alta após 2 meses internado, logo começava meu tratamento de fisioterapia, e a minha “nova” vida, numa cadeira de rodas. Passei por vários profissionais de fisioterapia que não acreditavam na minha recuperação, pelo estado que eu me encontrava, mas uma delas viu potencial em mim, e disse que se eu mantivesse o foco, à vontade de vencer, e a fé, eu teria bons resultados. Depois de 1 mês de alta, fui pra uma clínica de fisioterapia, ali começava mais uma etapa, entre dores, e lágrimas, eu seguia em frente. Hoje me trato numa clínica especializada em lesões medulares, venho obtendo resultados sensacionais, Deus vem me mostrando que tudo que passei, e ainda passo, nada mais é que um propósito, pois ele tem me usado pra mudar vidas, pra motivar pessoas, sou grato à todos que de certa forma participaram dessa fase tão difícil da minha vida. Hoje já consigo andar no andador, e ficar de pé sem apoio, não existe vitória, sem luta!🙏

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Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa

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