Hoje é dia de festa na família de Carlos Aberto de Souza, o “Menudo”, como é conhecido no Rio de Janeiro. 11 meses após o assalto – no qual levou três tiros no Recreio dos Bandeirantes e ficou paraplégico – o radialista de 36 anos comemorou a vitória com fotos do antes e depois no perfil dele no Instagram. (vídeo abaixo)
“Hoje já tenho uma recuperação de 75% da perna direita. 40% de movimentos da perna esquerda. Já consigo ficar de pé sem apoio, e caminhar pela rua do condomínio de andador. Me considero na reta final de toda essa luta. Não há nada que possa descrever a sensação de poder ficar de pé novamente”, contou em entrevista ao SóNotíciaBoa.
“Em que eu me apego pra tal evolução? Me apego em Deus, na fé que tenho no Deus do impossível, que vem me permitindo mudar esse prognóstico médico. O amor da família também é essencial, assim como a torcida de todos os meus amigos”, afirmou.
Entre os amigos que ele cita estão o ator Rômulo Estrela: “Ganhei a cadeira feita sob medida, dele!”. E agradece também aos outros colegas da TV Globo, onde trabalha, que fizeram uma vaquinha online para ajudá-lo na fase mais crítica.
E teve também a força própria: “Eu não imaginava a força que tinha, para me levantar e seguir em frente”, escreveu no Instagram.
A história
Menudo mora em Jacarepaguá e estava de férias, voltando de São Paulo, quando foi assaltado no dia 02 de abril de 2019, na praia do Recreio dos Bandeirantes.
Ele conta que tinha acabado de estacionar o carro, logo após sair da academia, quando 3 homens chegaram armados, o renderam e pegaram a chave do automóvel. Ele reagiu.
“Um deles voltou apontando a arma na minha direção para me matar. Quando percebi… reagi entrando em luta corporal… Ao conseguir jogar o bandido no chão, tentei correr, e ali mesmo ele atirou. De 4 tiros dados, 3 atingiram minhas costas”, lembrou.
Carlos diz que demorou 11 horas para ser atendido.
“Fui levado para o Hospital Lourenço Jorge, na barra da Tijuca, onde tive somente o atendimento inicial. Como a máquina de tomografia estava quebrada, fui transferido. Cheguei ao hospital Miguel Couto pra realizar a tal tomografia, mas… permaneci deitado numa maca gelada, somente de fraldas, sem um sequer atendimento”.
“Fui baleado às 22:14 de uma terça-feira, e atendido às 09:00 de uma quarta- feira. Ou seja, permaneci 11 horas baleado com 3 tiros até o devido atendimento”, disse.
O diagnóstico
Depois da cirurgia, Carlos Aberto ficou uma semana na UTI e mais dois meses internado. Os médicos diagnosticaram que ele estava paraplégico.
“Fiquei totalmente debilitado, havia perdido os movimentos das pernas… com a notícia de que estava paraplégico, que nunca mais iria me levantar”.
Ele lembra que se apegou no positivo.
“Passei por vários profissionais de fisioterapia que não acreditavam na minha recuperação, pelo estado que eu me encontrava, mas uma delas viu potencial em mim e disse que se eu mantivesse o foco, a vontade de vencer, e a fé, eu teria bons resultados”, lembrou.
Ele ganhou o tratamento de graça do Dr. Sandro Luzes, da Clínica Fisio Sport Center e fez lá os primeiros 5 meses de fisioterapia. No fundo da dor, Menudo encontrou forças para emergir.
‘Lutei, sofri tudo que era pra sofrer, mas esse mesmo sofrimento me fez forte, me fez ser o Carlos, ou Menudo, que sou hoje. Não sou melhor do que antes, só estou muito diferente do que eu era”, escreveu.
A virada
Mesmo numa cadeira de rodas, aos 36 anos, Menudo não se entregou, ao contrário.
“Fazia sessões de fisioterapia, treinava todos os dias. Pouco antes de ter alta do hospital, eu já conseguia mexer um dos dedos dos pés”.
Parecia pouco, mas já era um sinal de que ele poderia se recuperar. Carlos voltou para casa e pegou firme na fisioterapia e novos resultados começaram a aparecer.
“Depois de um mês em casa fui para uma clínica de um amigo meu, onde demos início a uma longa jornada de fisioterapia… Eu comecei a ter reações… minhas pernas começavam a dar sinais. Fiquei lá por 4 meses”.
O próximo passo foi na ABBR, clínica especializada em reabilitação.
“Hoje me trato numa clínica especializada em lesões medulares e venho obtendo resultados sensacionais. Com muita força de vontade e fé em Deus, comecei a ter respostas cada dia mais rápidas dos movimentos das pernas, treinos intensos. Em casa eu também treinava com ajuda dos meus irmãos e da minha noiva, Tatiana”.
Volta por cima
Hoje, além do trabalho de reabilitação, ele faz academia e agradece a cada passo conquistado.
“Não há nada que possa descrever a sensação de poder ficar de pé novamente”, afirma.
Animado e confiante, Menudo fica feliz em poder compartilhar a história dele de superação, para inspirar outras pessoas a persistirem. Jamais se entregarem.
Ele sabe que o fato de ter sobrevivido a três tiros nas costas foi uma dádiva e diz que falta pouco para voltar a fazer tudo que mais gosta.
“Tô caminhando pra vitória. Está mais perto agora. Voltar pras minhas atividades diárias, pros meus amigos, meu trabalho. Não vejo a hora”, concluiu.
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa
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