Tem gente que nunca pisou em Brasília e fala mal da cidade com base no que assiste na TV. Confunde os mais de 3 milhões de habitantes que moram na capital federal com a corrupção dos políticos… e a imensa maioria nem é daqui. Eles vieram porque brasileiros de outros estados votaram e mandaram gente errada pra cá para representá-los.
Talvez nem saibam que Brasília só tem 8 deputados e 3 senadores – dos 513 parlamentares da câmara e 81 do Senado, que representam seus Estados.
Ou nem se lembrem que os ministros e presidentes da República dos últimos 60 anos também não nasceram aqui.
Juscelino Kubitschek, o 21º presidente brasileiro da história – que trouxe a capital federal do Rio de Janeiro e inaugurou Brasília em 21 de abril de 1960 – veio de Minas Gerais.
O próximo, Jânio Quadros, nasceu no Mato Grosso do Sul e foi eleito por São Paulo. João Goulart veio do Rio Grande do Sul pra cá.
Fenômeno que se repetiu com os presidentes militares das décadas de 1960 até início dos anos de 1980… também não eram de Brasília.
A abertura política a partir de 1985 elegeu Tancredo Neves/José Sarney, Fernando Collor/Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula, Dilma/Michel Temer e o atual, Jair Bolsonaro. Nenhum de Brasília também.
Curiosidade que se repete no STF, Supremo Tribunal Federal. Nenhum dos ministros é natural de Brasília.
Ah, Oscar Niemeyer que projetou os prédios monumentais da cidade e Lúcio Costa, que fez o projeto urbanístico de Brasília, eram do Rio de Janeiro.
Reflexão
Ué! Se a absoluta maioria das mulheres e homem públicos que fizeram parte da Praça dos Três Poderes nesses 60 anos de história da capital federal não é daqui, por que difamar a cidade?
Por que apresentadores de rádio e TV usam Brasília como sinônimo de corrupção, mancham o nome da cidade como se a roubalheira tivesse nascido e fosse criada aqui?
Alto lá, meu querido leitor! Os 3 milhões de moradores do Distrito Federal – a maioria trabalhadores mortais como você – também detestam políticos sujos e corrupção. E se ofendem com alusões ao povo de Brasília. Tem separar o joio do trigo, sempre.
Sem festa
É uma pena que Brasília, tão verde, limpa, mística e moderna, tenha ficado com uma imagem tão feia na cabeça do brasileiro – e sem festa este ano por causa da pandemia do coronavírus.
Claro que tem muito o que melhorar no transporte público, na saúde, na educação e na violência, como qualquer grande cidade brasileira. Mas aqui ainda se anda com os vidros do carro abertos porque raramente tem furto, ou assalto, nos semáforos.
E é um lugar bom pra se viver. A primeira cidade totalmente planejada do país tem a 9ª melhor qualidade de vida do Brasil. A longevidade por aqui chega a 77,3 anos, uma das maiores do país.
Fora o colorido lindo do céu, a quantidade de estrelas que dá pra ver e a baixa poluição do ar.
“Meu Deus, mas que cidade linda”, disse Renato Russo, da Legião Urbana…
A seca, que muita gente reclama, acontece durante 3 a 4 meses – de maio a agosto – e não o ano inteiro como se pensa.
É verdade que Brasília não tem praia, mas tem o Lago Paranoá, um show de cachoeiras próximas e o privilégio de ficar a 50 km da Estação Ecológica de Águas Emendadas, um fenômeno hidrográfico com inúmeras nascentes que mandam água para várias partes do Brasil.
SóNoticiaBoa
Elis Regina cantava “O Brasil não conhece o Brasil”. Me atrevo a parodiar a frase da música de autoria de Maurício Tapajós e Aldir Blanc e dizer: “O Brasil não conhece Brasília”.
E talvez você não saiba que esta cidade – que me recebeu há 15 anos, vindo de São Paulo – me deu trabalho, oportunidades e inspiração. Foi aqui que nasceu o SóNotíciaBoa, há 9 anos, para mudar a minha vida e a de muita gente que nos segue em 120 países.
Brasília, sua linda, obrigado! E parabéns!
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa
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