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Pesquisadores criam remédio que imuniza, até sair vacina contra covid
20 de maio de 2020
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Foto: reprodução RFI
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Pesquisadores chineses desenvolveram um medicamento capaz de imunizar temporariamente pessoas infectadas pela Covid-19, até que uma vacina definitiva seja aprovada.

Uma equipe de pesquisa liderada por Sunney Xie, diretor do Centro de Inovação Avançada em Genômica de Pequim – ICG – da Universidade de Pequim -PKU, identificou com sucesso vários anticorpos neutralizantes, altamente potentes contra o novo coronavírus, no plasma de convalescentes, ou seja, pessoas que se recuperaram da doença.

A notícia foi dada à Agencia France Presse pelo director do Centro de Inovação Avançada de Genómica da Universidade de Pequim. O estudo chinês – publicado no domingo, 17, na revista científica Cell – afirma que anticorpos apresentam potencial “cura” para a doença e encurtam o tempo de recuperação.

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Sunney Xie explicou que “o medicamento se mostrou bem-sucedido em testes com ratos.”

“Depois de termos injetado durante cinco dias, anticorpos neutralizantes em ratos a carga viral foi reduzida por um fator de 2.500. Isto significa que este medicamento tem potencial, tem um efeito terapêutico”, comemorou o cientista.

O medicamento usa anticorpos produzidos pelo sistema imunológico de 60 pessoas que se recuperam da Covid-19.

É uma nova abordagem na procura de potenciais soluções para combater o novo coronavírus.

O sistema já foi utilizado em tratamentos para outros vírus, como o VIH, o ébola ou a MERS.

Imunização temporária

A pesquisa por uma vacina está sendo feita por centenas de laboratórios, mas pode levar de 12 a 18 meses até chegar ao mercado, advertiu a Organização Mundial da Saúde.

Já um tratamento à base de anticorpos poderá chegar mais rápido ao mercado.

Sunney Xie afirma que o tratamento poderá estar disponível antes do fim do ano, a tempo de responder a um novo surto da Covid-19, que pode acontecer no inverno.

Na Austrália e em outros países atingidos pelo novo coronavírus, já estão sendo feitos ensaios clínicos em humanos. Voluntários que se ofereceram para participar nos testes, uma vez que a China registra cada vez menos casos de contágio.

Plasma

Na China, mais de 700 pacientes receberam o plasma de convalescença, uma técnica que, segundo as autoridades sanitárias, está produzindo bons resultados. Mas Sunney Xie admite que a quantidade de plasma existente “é muito limitada”.

Ele afirma que os 14 anticorpos utilizados na pesquisa poderão ser rapidamente reproduzidos em escala global.

“Nós poderemos acabar com a pandemia com um tratamento que funcione, mesmo sem vacina”, defende.

Estudos em animais mostraram que o anticorpo neutralizante fornece uma cura potencial para o COVID-19, bem como meios para prevenção a curto prazo. Isso é um marco importante na luta contra a pandemia, afirma o cientista.

Universidade de Pequim – Cell Press
Foto: Sunney Xie (no meio) e membros de sua equipe

Com informações da RFI – Rádio França Internacional

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