A vacina dos EUA contra Covid-19, que a empresa de biotecnologia Moderna está desenvolvendo, conseguiu gerar anticorpos em todas as pessoas que participaram dos testes, com pouquíssimos efeitos colaterais.
Os resultados promissores do estudo foram publicados nesta terça, 15, na revista The New England Journal of Medicine. Os dados confirmam que todos os indivíduos que participaram dos testes desenvolveram proteção contra a doença.
“Ótimas notícias”, disse o epidemiologista Anthony Fauci ao The Wall Street Journal, sobre a publicação. Ele é principal voz oficial para questões epidemiológicas nos EUA.
Desde 1984 Fauci é diretor do Instituto Nacional de Doenças Alérgicas e Infecciosas (NIAID – sigla em inglês), integrado aos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), que participam da pesquisa para o desenvolvimento da vacina.
“Os anticorpos neutralizantes são o mais importante para a proteção contra uma infecção viral… E os dados do estudo, embora os números sejam pequenos, deixam muito claro que esta vacina é capaz de induzir ótimos níveis de anticorpos neutralizantes”.
Os testes
Os resultados se baseiam nos testes feitos com 45 participantes, com idades entre 18 e 55, mas agora, na nova fase que começa dia 27 de julho, 30 mil voluntários vão participar dos estudos em quase 90 localidades dos Estados Unidos.
Os pesquisadores vão inocular a vacina na metade dos participantes, e um placebo na outra metade.
O estudo deve durar até outubro de 2022, mas a companhia estima que antes terá resultados e informou que já tem doses suficientes para toda a pesquisa. Disse ainda que está em condições de produzir 500 milhões delas por ano.
“Os resultados são muito promissores. Vamos rapidamente para as fases 2 e 3. Estamos trabalhando muito para ter uma vacina até o final deste ano nos EUA, e espero que no primeiro semestre de 2021 em outros países”, disse.
Financiamento
A Moderna foi a primeira empresa a começar o estudo sobre o novo coronavírus em humanos, em 16 de março, apenas 66 dias depois de ser publicada a sequência genética do vírus.
O Governo dos Estados Unidos financiou a investigação com quase 500 milhões de dólares e escolheu a empresa entre as primeiras para fazerem testes em humanos em grande escala.
Com informações do ElPaís