Muita gente não sabe, mas durante a pandemia professores e professoras vêm sofrendo pressão pela qualidade do ensino ofertado, estão com sobrecarga de trabalho, têm enfrentado o medo do desemprego e vários estão com problemas emocionais e psicológicos.
Por isso, a International School decidiu oferecer apoio emocional especializado, com psicólogos online, a quase 1.600 professores e coordenadores das escolas parceiras do seu programa bilíngue – por meio da plataforma Zenklub – e fechou uma parceria com Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed) para estender esse apoio a 24 estados – por meio da plataforma Vivescer.
A intenção é ajudar emocionalmente professores da rede pública, durante o ensino remoto na pandemia, com cursos certificados e gratuitos, que ajudam os docentes a desenvolverem técnicas de equilíbrio da mente, do corpo e das emoções.
O problema
Uma pesquisa do Instituto Península com docentes, mostra que 55% dos professores declararam que gostariam de suporte emocional e psicológico neste momento.
A pesquisa realizada com 7.734 mil professores e professoras de todo o Brasil, entre os dias 13 de abril e 14 de maio, mostrou que 50% indicaram que estão preocupados com a saúde mental e 83% ainda se sentem pouco ou nada preparados para o ensino remoto.
“Muitos pais tiveram o orçamento fragilizado, houve muitos cancelamentos de matrícula, daí a gente vai dormir e acorda com essa incerteza sobre até quando a escola vai conseguir segurar o nosso emprego”, diz a professora Lia Lessa, de Mossoró (RN)
A ajuda
O benefício é mensal e dá direito a duas consultas online gratuitas, durante três meses, que começaram no último 6 de agosto.
“Criamos essa parceria com o Zenklub para que os professores possam ter esse apoio emocional, seja por meio de sessões com psicólogos, seja por meio de meditação ou yoga. Eles vão escolher o meio pelo qual querem ter esse apoio. A ansiedade causa impacto na motivação, e sem motivação o processo de ensino e aprendizagem não se sustenta. Tem que ser uma motivação sustentada”, afirma Virgínia Garcia.
“Muitos professores não podem contar com esse suporte emocional e agora terão essa oportunidade. Isso é importante”, afirma a professora Lia Lessa, que diz já ter lidado com depressão e saber a importância do apoio terapêutico.
Sobrecarregados
A professora Mariana Gonçalves, que dá aulas de idiomas em uma escola particular de São Paulo (SP), conta que viveu meses turbulentos até se adaptar às aulas remotas, depois do início da quarentena em todo o país. Segundo ela, foi uma mudança brusca, praticamente da noite para o dia.
“Os alunos da série até tinham e-book, e-mail, mas toda a metodologia e os materiais sempre foram muito pensados para a aula presencial. Por causa disso, minha demanda de trabalho aumentou muito até a gente entrar no ritmo de organização da aula, com formato, quantidade. A gente testou muita coisa”, contou.
Mariana chegou a trabalhar em jornadas que começavam às 7h e terminavam perto das 22h, montando todo o cronograma do dia seguinte.
“A impressão que eu tinha até a pandemia era de trabalhar oito horar por dia, agora tenho a impressão que trabalho as 24 horas”, desabafa Lia Rodrigues Lessa, professora bilíngue de educação infantil em uma escola privada de Mossoró (RN).
Insegurança
“A maioria dos professores não tinha uma experiência anterior de ensino remoto. Com isso, ficaram muito inseguros, porque além do desafio técnico, tinha a pressão. Junto com o aluno, estavam também os pais e responsáveis acompanhando”, avalia a pedagoga Virgínia Garcia, diretora de produto da International School, empresa que atua com programas bilíngues em mais de 340 escolas por todo o país.
“O bom professor tem essa questão de querer que o aluno aprenda, e isso não estava funcionando no começo, às vezes os alunos não apareciam na aula virtual, existem alunos excelentes em sala de aula, mas que na aula a distância não rendem tanto. Tudo isso deixa a gente muito angustiada”, afirma a professora Mariana Gonçalves.
Volta às aulas
Uma outra pesquisa com estudantes e responsáveis revelou que 58% das famílias e quase 43% dos alunos não consideram viável o retorno às aulas na data estipulada.
A maioria dos estados, 17 no total, segue sem data de retorno prevista, e mais oito unidades da Federação apresentaram proposta de data de reabertura parcial das escolas.
“Para ser seguro, teria que ter vacina, esse seria o melhor cenário, mas não vai acontecer agora. Mesmo com protocolos, há contato, a gente tem medo desse contato em um possível retorno, e fazer a infecção progredir”, disse Mariana Gonçalves.
A ajuda aos professores está nas plataformas Zenklub e Vivescer.
Com informações da Agência Brasil