Não dá pra julgar as pessoas pela aparência. Ana Lopes levou um susto quando um morador em situação de rua entrou na padaria descalço atrás de uma moça e pegou no braço dela. Ela chegou a pensar em assalto, mas era apenas honestidade. Cezar queria entregar o celular que a jovem havia derrubado na rua sem perceber.
A pedagoga e intérprete de Libras, de Belém do Pará, ficou tão supresa e aliviada com a gentileza do homem, que, mesmo sem ter nada a ver com a história, decidiu convidar o Cezar para tomar um lanche.
Na conversa, Ana Lopes se surpreendeu com o palavreado e a bondade no coração de Cezar. Ela quis saber mais sobre a vida dele e descobriu que aquele ser humano precisava de ajuda.
O homem contou sobre os dias difíceis. Ele estava longe da família há 8 anos e disse que vivia sendo assaltado nas ruas, por isso estava sem documentos.
Tocada, Ana tirou uma foto junto com o homem, postou nas redes sociais e pediu ajuda dos seguidores para encontrar a família dele.
“Foi uma corrente poderosa, o mover de Deus em nossas vidas. Pessoas foram tocadas por Ele e nos ajudaram, pessoas que talvez jamais irei poder abraçá-las e com calor terno dizer face a face: Obrigada!”, disse Ana Lopes em entrevista ao SóNotíciaBoa.
A virada
Isso foi no dia 23 de setembro. Quatro dias depois, a família de Cezar foi encontrada no Maranhão.
“Nosso Cezar, está conosco, sua família está esperando por ele neste momento. Meu coração exulta em Deus… Sim, chorei, sim estou muito feliz, sim, eu amo Cezar, meu doce e amado irmão”, escreveu Ana Lopes.
Sim, começava ali o final feliz da história do homem honesto que vivia nas ruas.
O reencontro
Na semana passada Cezar finalmente voltou para os braços da família dele.
Ele gravou um vídeo agradecendo a Deus e às pessoas que o ajudaram nesse recomeço de vida.
Nesta terça, 7, Ana Lopes fez uma chamada de vídeo e conheceu a família de Cezar por telefone.
“Um a um, parentes de Cezar chegaram até a mim, e ontem realizamos nossa primeira live. Meu coração exulta em alegria, estou imensamente feliz! Em breve estaremos juntos, ainda temos muito a festejar”, contou Ana ao SNB.
O sorriso dele e dos familiares mostrou o poder do reencontro, que começou por três motivos:
Um telefone celular derrubado no meio da rua, a boa índole de um homem – que era invisível para a sociedade porque andava descalço, não tinha boas roupas, nem onde morar – e da gratidão de uma mulher que teve a iniciativa de ajudar alguém que ela sequer conhecia até então.
Assista ao vídeo de agradecimento do Cezar:
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa