Uma pesquisa quis saber o que uma pessoa que vive em situação de rua faria com US$ 7.500 – mais de R$ 42 mil. Será que torraria o dinheiro rapidamente, ou aproveitaria a oportunidade pra mudar de vida?
O valor foi doado a cada um dos 50 desabrigados que participaram do estudo que durou um ano no Canadá, pra ver o que aconteceria. E o resultado surpreendeu.
O projeto New Leaf escolheu 115 desabrigados que comprovadamente não tinham problemas mentais, nem com drogas e deu os US$ 7,5 mil a 50 deles. Resultado: um ano depois, a maioria ainda tinha US $ 1.000 e 67% conseguia se alimentar todos os dias.
Depois de um ano gastando com o que julgavam importante, o gasto médio deles com álcool ou drogas caiu 39%.
O relatório de impacto feito pela Foundation for Charitable Giving descobriu que os sem-teto alugaram uma moradia dois meses mais rápido do que aqueles que não receberam o subsídio de US $ 7.500.
52% do dinheiro foram gastos com alimentação e aluguel, 15% com medicamentos e transporte e uma média de $ 700 em compras únicas em dinheiro, como uma bicicleta ou computador.
Economia do Estado
A análise concluiu que de forma indireta, distribuir US $ 7.500 aos moradores em situaçõ de rua fez o Estado de British Columbia economizar uma média de US $ 600 por pessoa, em comparação com o gasto de um ano em serviços de emergência.
“Ao passar menos noites em abrigos, o grupo que recebeu o dinheiro economizou para o sistema de abrigos aproximadamente US $ 8.100 por pessoa, um total de US $ 405.000 em um ano”, diz o relatório de impacto.
“Considerando o custo da transferência de dinheiro, é uma economia de US $ 600 por pessoa para a sociedade.”
“As transferências de dinheiro fornecem escolha, controle e poder de compra em um momento crítico na vida das pessoas”, diz uma sugestão de política com base nos dados do New Leaf Project.
“Este não é apenas um gesto de ajuda. É um sinal de que a sociedade acredita neles”.
“Ao evitar que as pessoas se tornem sem-teto, a PNL transforma vidas enquanto economiza recursos da comunidade que poderiam ser gastos de forma melhor em outro lugar.”
Os sem-teto
Uma das pessoas beneficiadas pelo Projeto New Leaf disse que o dinheiro lhe deu a esperança e a base de que precisava para ter coragem de tentar mudar de vida.
Outro, falando com notícias da CBC, explicou que foi capaz de fazer um curso de informática que o colocou na carreira dos sonhos, de ser um conselheiro comunitário para pessoas com dependência química.
A idade média dos desabrigados que recebem o dinheiro da pesquisa era de 42 anos. Um em cada três tinha um filho.
Em média, eles ficaram sem-teto por seis meses.
E 1 em cada 4 trabalhava ou fazia bicos em algum lugar.
Com informações do GNN