Um coração gigante e uma história que rende um filme! Uma mãe brasileira que já tinha dois filhos, adotou mais cinco crianças.
Três eram sobrinhos dela, que ficaram órfãos. Os pais eram usuários de drogas.
Os outros dois são um casal de gêmeos recém-nascidos que a mãe biológica tentou abortar. A avó delas tinha Alzheimer e as crianças não tinham com quem ficar.
A capixaba Jaqueline Burgarelli, tem 34 anos, mora em Ohio, nos Estados Unidos e é seguidora do SoNoticiaBoa. Ela disse em entrevista exclusiva pra gente que “é um misto de emoções. Eu sinceramente acho que as minhas forças vêm de Deus. Tem dias que, como hoje, acordei triste, pensativa, porque ontem, pela terceira vez, desisti da minha faculdade de Administração. Mas Deus me ama e sempre encontra formas de me mostrar que estou fazendo o certo e aí saí no SoNotíciaBoa. Quero que você saiba o quanto você mudou o meu dia. Obrigada”, disse Jaqueline.
Ela contou que nasceu em uma família simples, na Favela, aqui no Brasil e hoje vive bem nos EUA, mas sonha em se formar na faculdade para dar orgulho pra a mãe dela, de 70 anos.
Apesar de ter adotado cinco crianças, Jaqueline não se acha melhor, nem diferente das outras mães.
“Eu sou uma mãe raiz, que ensina valores aos filhos, que mostra que o amor vale mais que tudo nessa vida. Eu não queria somente existir, eu queria fazer a diferença para essa geração”, contou.
Jaqueline revela que foi duro e caro resolver tudo isso. A família gastou mais de U$ 100 mil nos processos de adoção. Mas ela não se arrepende de agora ter 7 crianças que ama e a casa cheia.
“A adoção não é fácil, mas foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido”, disse a mãe à revista Crescer.
Como
Jaqueline mora há 15 anos nos EUA. Ela conheceu o primeiro marido, o norte-americano Andrew, online e eles se casaram no Brasil em 2005.
Em seguida ela tirou o visto, foi morar com ele nos Estados Unidos, tiveram um filho juntos e dois anos depois se separaram. Jaqueline foi trabalhar como garçonete para sustentar o filho.
O atual marido, o policial Jose James – de família latina – ela conheceu quando foi parada por ele por dirigir em alta velocidade, para pegar o filho que estava com a babá.
Depois, se encontraram numa discoteca onde ele fazia segurança, fizeram amizade, namoraram e se casaram em 2011. No mesmo ano Jaqueline teve o segundo filho, José Júnior.
Adoção dos sobrinhos
Um dia, a mãe dela, que mora em Colatina, Espírito Santo, ligou pedindo que Jaqueline ajudasse a entrar o irmão dela, que era usuário de drogas e tinha ido para o Rio de Janeiro.
A brasileira acabou descobrindo que ele estava morto e tinha deixado dois filhos com a mulher, também era usuária de drogas e alcoólatra. Ela fez a cunhada e a mãe se conhecerem.
Mas a mulher passou mal, foi levada às pressas para o hospital e entrou em coma.
“Um dia, liguei para o hospital e descobri que a mulher do meu irmão tinha acordado e estava chorando muito! Eu pedi: “Mãe, coloca o telefone no ouvido dela”. Foi quando eu falei: “Pode ficar tranquila, vou cuidar dos seus filhos. Nesse momento, só escutei minha mãe gritar! Acho que ela acabou falecendo ali mesmo, por complicações de uma cirrose, talvez estava esperando a confirmação que os filhos ficariam bem”, contou.
Jaqueline conversou com o marido e eles decidiram adotar os sobrinhos dela.
Ela já era mãe de Andre, de 14 anos, e Junior, 9, quando decidiu adotar, em 2017, Sarah, 15, João Paulo, 11, e Daniel, 9, que ficaram órfãos.
O processo custou “na época US$ 80 mil, fora os custos com a minha viagem para o Brasil”.
Em 2017 o processo terminou e Jaqueline conseguiu a adotar as crianças.
A família se mudou para uma casa maior e com o tempo elas foram se adaptando, já que não falavam inglês.
“A escola nos ajudou muito! As professoras imprimiram cards em português para ajudá-los a se comunicar. Ainda estamos em processo de adaptação”, conta a brasileira.
Adoção dos gêmeos
A família vivia uma vida tranquila, quando descobriu que um casal americano, da igreja que eles frequentavam, iria adotar um casal de gêmeos recém-nascidos, que estavam com a avó porque a mãe tinha tentado abortá-los.
“No entanto, logo depois, nós descobrimos que eles tinham engravidado e não queriam mais ficar com as crianças”.
“Eu ainda me lembro do dia que eles chegaram à Igreja. Bradley chorão e Alisson risonha! Eles nasceram prematuros, acho que com 28 semanas, após a mãe, que é americana, ter tentado abortá-los com remédios”.
Ela conta que as crianças nasceram no Arizona, ficaram meses na incubadora, mas felizmente sobreviveram.
“Porém, como a avó materna das crianças tinha Alzheimer e o conselho tutelar veio para tirar as crianças dela”.
Foi aí que Jaqueline e o marido decidiram ficar com os gêmeos no modelo de lar temporário.
“Logo depois, nós descobrimos que a Alisson tinha microcefalia, fiquei bem assustada”.
Mas isso não diminuiu o amor que ela já sentia pelos gêmeos.
“Decidimos adotá-los oficialmente! Ainda estamos em processo de adoção, mas eles já estão comigo há um ano.
Neste processo, a família gastou mais US$ 25 mil.
Casa cheia
Hoje, Jaqueline e José têm sete crianças para cuidar e conta com a ajuda deles na organização da casa.
“Ainda bem que nossa família é bem unida e meus filhos cuidam um do outro. Os meus filhos mais velhos também ajudam na limpeza de casa e nós vamos nos adaptando”.
A casa, onde antes todos falavam inglês, “Agora, tudo é em português”, disse a brasileira que afirma viver em harmonia, num lar cheio de amor.
“Nossa família ostenta muito amor. A adoção não é fácil, mas foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido”, concluiu Jaqueline Burgarelli.
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa – com informações SNB e Crescer