Levar educação onde o Estado não chega. Foi isso que fez com sucesso o projeto Acaia Pantanal.
“Criamos uma escola em um lugar de difícil acesso, sem rede elétrica, sem estrada, temos que mandar suprimentos, combustível e comida, é quase uma operação de guerra. Mas, vale a pena! Minha grande satisfação é ver as crianças crescendo e se desenvolvendo. Elas são inteligentes, têm vontade de aprender e hoje podem sonhar com o que quiserem”, disse Teresa Cristina, ao receber a visita dos Caçadores de Bons Exemplos – parceiros do SóNotíciaBoa.
“Teresa e Maria Cecília, fundadoras do projeto, escutaram a comunidade e reconheceram que a urgência era investir em educação e assim fizeram. Olharam para o próximo por completo e fizeram tudo que era possível para cuidar e ajudar o pessoal de Paraguai Mirim, na fronteira com a Bolívia. Estruturam parcerias e também o Acaia Pantanal, um projeto ligado ao Instituto Acaia de São Paulo, que trabalha com o combate à desigualdade. Dessa união, nasceu uma iniciativa que há mais de 20 anos impacta tanta gente. A rede se fortaleceu e já transformou centenas de vidas!”, contara Iara e Eduardo, Caçadores de Bons Exemplos.
A população ribeirinha que mora em frente à fazenda, na outra margem do rio, vivia em situação muito precária.
São cerca de 70 famílias que não recebem auxílio do Estado, que afirma não conseguir chegar até eles.
Fundação da Escola
“É muito caro levar os serviços básicos de educação e saúde. Quando você tem essa sensibilidade, não consegue ver uma situação assim e não fazer nada. Fui pensando em atacar a questão ambiental e acabei fundando uma escola. O resultado é impressionante, porque estamos fazendo uma escola de muita qualidade para crianças até então sem perspectiva”, afirma Teresa.
Para as crianças é oferecido educação do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, em parceria com a prefeitura.
A escola pertence à rede pública e esse é um ponto importante que potencializa a ação.
As crianças saem da escola encaminhadas, confiantes e capazes de alçar voos maiores e para mais longe, caso queiram.
Teresa tem o brilho no olhar de quem já entendeu que é necessário olhar muito além do óbvio, enxergar aquilo que existe de bom e tirar do coração a desculpa de que fazer pouco é dispensável.
“Sou muito otimista. Nas minhas viagens pelo Brasil vejo quanta gente bacana está fazendo coisas. É muito importante sair dessa imobilidade de achar que nada dá certo, que só tem coisa ruim“, afirma.
Dificuldades
Mesmo otimista e sabendo do potencial do trabalho que desenvolve, o começo não foi fácil.
“Nossa principal dificuldade no início foi conquistar a confiança da população, pois funcionamos em regime de internato. Como a criança fica conosco de segunda a sábado, havia medo, e surgiu todo tipo de boato. Mas, foi uma construção conjunta, nossa com a população. E hoje as famílias reconhecem a importância e enxergam que os filhos podem viver de algo além da isca – a pesca é a principal fonte de renda local”, lembra.
Construir um mundo diferente, fazer o que ninguém faz e entregar mais para as próximas gerações, não deveria ser uma escolha. Assim como desistir das pessoas também não.
“Minha grande satisfação é ver as crianças crescendo e se desenvolvendo. Elas são inteligentes, têm vontade de aprender e hoje podem sonhar com o que quiserem”, encerra Teresa.
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Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa – com Caçadores de Bons Exemplos