Pesquisadores da Universidade de São Paulo criaram um antisséptico bucal capaz de inativar em 96% a proliferação do vírus da Covid-19.
O produto, chamado Detox Pro, foi aprovado pela Anvisa em outubro e nesta terça, 24, foi anunciado o início da produção em larga escala.
Ele estará à venda nas farmácias de todo o Brasil a partir de dezembro.
A pesquisa foi realizada pelo Centro de Pesquisa e Inovação da empresa DentalClean em parceria com quatro instituições públicas: Faculdade de Odontologia da USP em Bauru (SP), Instituto de Ciências Biológicas da USP, a Universidade Estadual de Londrina (PR) e o Instituto Federal do Paraná.
Fórmula
A fórmula é baseada num composto desenvolvido inicialmente para o tratamento do mau hálito e para melhorar a saúde da gengiva.
De março a novembro, os pesquisadores concluíram seis etapas de estudo que envolveram 107 pacientes em testes laboratoriais, séries de casos e estudos clínicos randomizados triplo-cegos.
No primeiro mês, foi confirmada a ação virucida do produto, ou seja, que extermina o coronavírus.
Segundo o coordenador do centro, Emerson Rolim, o antisséptico tem sabor levemente mentolado, sem ardência, com frescor agradável e sem sensação de álcool.
Ação
O estudo é coordenado por Fabiano Vieira Vilhena, cirurgião-dentista sanitarista e pesquisador da USP, e contou com o envolvimento de 60 especialistas
“Inativar a transmissão do vírus da Covid-19 nas vias aéreas superiores do corpo humano é uma das formas mais eficazes de não avançar a doença para as vias respiratórias inferiores”, disseram os cientistas.
“O antisséptico é capaz de bloquear o vírus na cavidade oral, região da boca, impedindo-o que ganhe forças e avance para o restante do organismo.”
Produção
“Começamos a produção do primeiro lote desse produto, o antisséptico de 600 ml”, disse Giuliano Castro, gerente nacional de negócios da Dentalclean.
“Para o primeiro trimestre de 2021, a estimativa de produção é de mais de 12 milhões de unidades nas categorias antisséptico, spray e gel dental.”
Conforme o aumento da demanda, a produção poderá ser aumentada.
Para o desenvolvimento e pesquisa do produto, foram investidos R$ 10 milhões.
Com informações da Galileu