Notícia boa para pessoas que sofrem de artrite moderada a grave nas articulações do quadril e do ombro.
Pesquisadores da University School of Medicine em Atlanta, Geórgia, EUA, apresentaram este mês um procedimento ambulatorial que oferece alívio duradouro da dor e reduz a dependência de opiáceos. Foi durante a reunião anual da SRNA – Sociedade Radiológica da América do Norte.
Trata-se de um novo tratamento de radiologia intervencionista conhecido como ablação por radiofrequência resfriada (c-RFA) para alcançar o alívio da dor em casos de de artrite degenerativa avançada.
“Os resultados foram muito impressionantes e promissores. Os pacientes com dor no ombro tiveram uma diminuição da dor de 85% e um aumento da função de aproximadamente 74%. Em pacientes com dor no quadril, houve uma redução de 70% na dor e um ganho em função de aproximadamente 66%. ”.
A afirmação é do doutor Felix M. Gonzalez, M.D., do Departamento de Radiologia da Emory University School of Medicine em Atlanta.
Como
O procedimento envolve a colocação de agulhas onde estão os principais nervos sensoriais ao redor das articulações do ombro e do quadril.
Os nervos são então tratados com uma corrente de baixo grau conhecida como radiofrequência que os “atordoa”, retardando a transmissão da dor ao cérebro.
23 pessoas com osteoartrite foram submetidas a tratamento, incluindo 12 com dor no ombro e 11 com dor no quadril, que não responderam ao controle da dor antiinflamatória e injeções intra-articulares de lidocaína-esteróide.
O tratamento foi realizado duas a três semanas após os pacientes terem recebido diagnóstico de bloqueios nervosos anestésicos.
Não houve complicações relacionadas ao procedimento, e ambos os grupos de dor no quadril e no ombro relataram diminuição estatisticamente significativa no grau de dor com aumento correspondente na função dinâmica após o tratamento.
Dependência
Pessoas com dor moderada a intensa relacionada à osteoartrite enfrentam opções de tratamento limitadas. Abordagens comuns, como injeções de anestésico e corticosteroides nas articulações afetadas, tornam-se menos eficazes à medida que a artrite progride e piora.
E o novo procedimento oferece uma nova alternativa para os pacientes que enfrentam a perspectiva da cirurgia. Além disso, pode diminuir o risco de dependência de opiáceos.
“Este procedimento é o último recurso para pacientes que não conseguem ser fisicamente ativos e podem desenvolver um vício em narcóticos”, disse o Dr. Gonzalez.
Outras possibilidades
O procedimento também pode ter inúmeras aplicações fora do tratamento da dor artrítica, explicou o Dr. Gonzalez.
Os usos potenciais incluem o tratamento da dor relacionada a doenças como câncer e síndrome da dor relacionada à anemia falciforme, por exemplo.
“Estamos apenas arranhando a superfície aqui”, disse Gonzalez. “Gostaríamos de explorar a eficácia do tratamento em pacientes em outros ambientes, como trauma, amputações e, especialmente, em pacientes com câncer com doença metastática”.