Um passo significativo no caminho para encontrar uma cura para o câncer. Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv demonstraram que o sistema de edição do genoma, o chamado CRISPR, é eficaz no tratamento de vários tipos de câncer com metástase.
O novo método de tratamento, baseado em nanopartículas de lipídios, foi usado com sucesso em células cancerosas.
O estudo inovador, financiado pelo Fundo de Pesquisa do Câncer de Israel, foi publicado esta semana na Science Advances .
“É preciso ressaltar que isso não é quimioterapia. Não há efeitos colaterais, e uma célula cancerosa tratada desta forma nunca se tornará ativa novamente”, disse o Prof. Dan Peer, vice-presidente de P&D, co-autor do estudo e chefe do Laboratório de Nanomedicina de Precisão da Escola Shmunis de Biomedicina e Pesquisa do Câncer.
“A tecnologia de edição do genoma CRISPR, capaz de identificar e alterar qualquer segmento genético, revolucionou nossa capacidade de interromper, reparar ou até mesmo substituir genes de maneira personalizada”, afirmou.
Sobrevida
A equipe de Peer, que inclui pesquisadores de uma empresa de Iowa, Integrated DNA Technologies e Harvard Medical School, escolheu para os estudos dois dos cânceres mais mortais: o glioblastoma e câncer de ovário metastático.
O glioblastoma é o tipo mais agressivo de câncer cerebral, com expectativa de vida de 15 meses após o diagnóstico e taxa de sobrevida em cinco anos de apenas 3%.
Os pesquisadores demonstraram que um único tratamento com CRISPR-LNPs dobrou a expectativa de vida média de camundongos com tumores de glioblastoma e melhorou a taxa de sobrevida geral em cerca de 30%.
No câncer de ovário, a principal causa de morte entre as mulheres e o câncer mais letal do sistema reprodutor feminino, o tratamento com CRISPR-LNPs em camundongos aumentou a taxa de sobrevida global em impressionantes 80%.
RNA
O tratamento usa o mesmo sistema da vacina da Moderna contra a Covid-19.
“Todo o cenário de drogas moleculares que utilizam RNA mensageiro, ou mensageiro genético, está prosperando – na verdade, a maioria das vacinas contra a COVID-19 atualmente em desenvolvimento são baseadas neste princípio ”, diz Peer.
“Provavelmente levará algum tempo até que o novo tratamento possa ser usado em humanos, mas estamos otimistas”, concluiu o cientista.
Com informações do GNN