Sim, a gente te que se inconformar, não aceitar o que está errado, o que incomoda. É preciso reagir, ter atitude, porque ficar paralisado e ter dó não muda nada. E uma menina de 9 anos fez isso – crianças tem um coração capaz de ser empático de forma genuína.
Marcella é de Florianópolis, Santa Catarina e viu uma reportagem sobre crianças – mais ou menos da idade dela – que estavam em situação de rua. Indignada, ela perguntou ao pai como aquilo era possível.
“Ela disse que tínhamos que acolher aquelas crianças, elas precisavam de um lar e nós podíamos dar para elas”, conta Maurício Aurélio dos Santos.
Apesar de parecer loucura, a ideia caiu no coração daquele pai que, em menos de um mês, já tinha financiado a casa do lado para começar a estruturar o que seria a Casa Lar Luz do Caminho, que hoje abriga crianças, principalmente recém-nascidas de pais usuários de drogas.
“Tudo aconteceu muito rápido, as portas se abriram, a movimentação começou a acontecer e não tinha como negar que aquele era o propósito da nossa família”, conta. “A vontade de ajudar, cuidar e acolher transborda neles. Eles vivem isso como a escolha de vida da família. Escolheram uma casa, abriram as portas dela e mais do que isso, se disponibilizaram a doar aquilo que aquelas crianças mais precisam: amor!”, afirmam Iara e Eduardo, Caçadores de Bons Exemplos.
A casa
Com a compra da casa e um ano de preparação para a inauguração do trabalho que seria efetivamente feito em 2010, a vida de centenas de crianças começou a ser transformada.
Além de estarem dentro do sistema, serem regidos pelos órgãos e institutos responsáveis que garantem o desenvolvimento seguro dessas crianças, ali cada acolhido recebe apoio familiar, acesso à uma rede de profissionais que cuidam da sua saúde física, mental e emocional.
São acompanhadas de perto e têm todo suporte possível para que possam crescer e seguir um rumo diferente de tudo que conheceram até chegarem ali. Os bebês que já chegam com crise de abstinência herdada dos pais têm um tratamento especial e são colocados no berço ao lado de outros bebês para se sentirem “abraçados”.
“Qualquer pessoa que chegue aqui na casa hoje, verá o mais importante: que aqui, independentemente das condições que elas chegaram, nossas crianças são felizes!”, diz Maurício emocionado.
O resultado do trabalho comoveu também a comunidade vizinha, que hoje ajuda como voluntária na casa.
Não tem como explicar o que uma matéria na TV foi capaz de fazer na vida de Marcella, do seu pai e das crianças que hoje tem uma casa.
“Ouvi o apelo da minha filha e algo maior nos moveu. Para mim, não tem exemplo melhor do que a gente ser inteiro, simples, natural!”, concluiu Maurício Aurélio dos Santos.
Para saber mais sobre o projeto, acesse o site, o Facebook e o Instagram deles.
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa – com CaçadoresDeBonsExemplos