Quais países estão sabendo lidar melhor com a Covid para proteger seu povo, evitar mortes e manter a economia?
A consultoria inglesa Brand Finance fez um levantamento entre 105 nações para descobrir essas respostas. Na amostragem #1 foram entrevistadas 7.500 pessoas comuns. Na amostragem #2 foram ouvidos 750 especialistas de vários países, incluindo analistas, acadêmicos, executivos e representantes de ONGs.
As perguntas foram sobre a reação dos países à pandemia sob três aspectos: para estimular a economia, para proteger a saúde e o bem-estar de seus cidadãos e para cooperar com outras nações no esforço global contra a crise da covid-19.
1º lugar para o público
Elogiada mundialmente pela sua rápida resposta para “esmagar” o novo coronavírus, a Nova Zelândia ficou no topo da avaliação do público, com um índice positivo de 43%. Liderado pela primeira-ministra Jacinda Ardern, o país fechou suas fronteiras a visitantes do exterior no dia 19 de março, quando tinha apenas 28 casos confirmados do novo coronavírus. Cinco dias depois, adotou o lockdown. A estratégia deu resultado. Com 5 milhões de habitantes, o país tinha até ontem 2.100 casos confirmados de coronavírus e 25 óbitos.
Na sequência aparecem em 2º lugar a Suíça, depois Japão, Canadá, Alemanha, Filnândia e Noruega. (veja ranking abaixo)
1º lugar para os especialistas
Para o público especializado, a Alemanha é o país que melhor está lidando com a covid-19, com um índice de 71%. O Japão ficou em segundo lugar, com 64%, e a Nova Zelândia se classificou em terceiro lugar, com 57%. Embora a Nova Zelândia tenha recebido uma boa avaliação também dos especialistas, esse público, ao que parece, ponderou o fato de que os desafios enfrentados pela Alemanha e pelo Japão no enfrentamento da pandemia são maiores em razão do tamanho muito maior de suas populações. (veja ranking abaixo)
Brasil
Brasil, Índia e Estados Unidos ficaram na lanterna, entre os últimos na avaliação como os países vêm enfrentando a pandemia.
O Brasil ficou com nota negativa na avaliação popular: -14%. Isso significa que o número de pessoas que avaliaram negativamente superou o dos que avaliaram positivamente o país nessas três áreas — economia, saúde e cooperação internacional.
Já entre os especialistas, tidos como público qualificado, o Brasil teve uma avaliação ainda mais negativa: ficou com um índice de -56% e se classificou em último lugar entre os 30 países considerados.
“Durante a pandemia, houve diversos problemas que foram amplamente divulgados pelos maiores veículos de comunicação do mundo, o que influenciou na avaliação negativa do Brasil. Se houver uma melhora nas políticas de prevenção e de combate à covid-19, é possível reverter essa imagem na mesma velocidade, pois o Brasil é um país com muita exposição na mídia internacional”, disse Eduardo Chaves, diretor-geral da Brand Finance no Brasil.
EUA
No outro extremo, os Estados Unidos ficaram na última posição na avaliação do público, com um índice também negativo de -16%.
O presidente Donald Trump demorou a reconhecer a gravidade da pandemia e, por vários meses, insistiu na narrativa de que o novo coronavírus simplesmente iria “desaparecer” em algum momento. O país lidera as estatísticas globais de covid-19, com mais de 18 milhões de casos confirmados e 322.000 óbitos.
“O forte contraste entre as percepções do público de como a Nova Zelândia e os Estados Unidos lidaram com a pandemia resume as visões contrastantes das duas nações, encabeçadas por líderes quase diametralmente opostos”, comentou David Haigh, CEO da Brand Finance.
“De um lado, temos as políticas abertas, liberais e compassivas de Ardern. De outro, a abordagem frequentemente combativa, protecionista e isolacionista de Trump”, concluiu.
Com informações da Brand Finance e Exame