As nações mais ricas e desenvolvidas do mundo começaram este mês a vacinação contra a Covid-19 e já conseguiram imunizar 5 milhões de pessoas no mundo. Gente que tomou a primeira dose e pode se considerar livre da Covid-19 – doença que matou 1,778 milhão de pessoas desde o final de 2019 até esta terça, 29.
No total, 47 países já estão vacinando seus cidadãos com imunizantes da Pfizer, Moderna e o Sputnik, entre outras – 8 vacinas foram aprovadas até agora para uso emergencial, ou definitivo.
Essas nações agora começam a fazer planos para a retomada da economia ainda no primeiro semestre de 2020. A China foi o 1º país a começar a vacinação, em julho, com uso emergencial.
De acordo com monitoramento da Universidade de Oxford, portal Our World in Data, e da Universidade Duke, nos EUA, entre os países que já estão distribuindo vacinas para a população estão 27 integrantes da União Europeia, Estados Unidos, Canadá, México, Costa Rica, Chile, Argentina, China, Emirados Árabes Unidos e Rússia, entre outros.
Brasil
Mas o Brasil, que é a décima economia do mundo, não está no ranking das 40 nações que começaram vacinação. Até agora o governo brasileiro tem apenas “acordos de intenção de compra” de vacinas – com Instituto Butantan/Sinovac, AstraZeneca/Oxford e Pfizer/Biontech.
“Temos pressa em obter uma vacina, segura, eficaz e com qualidade, fabricada por laboratórios devidamente certificados. Mas a questão da responsabilidade por reações adversas de suas vacinas é um tema de grande impacto, e que precisa ser muito bem esclarecido”, afirma Bolsonaro
Ele também não quer que a vacinação seja obrigatória no Brasil e culpa as farmacêuticas: “tão logo um laboratório apresente seu pedido de uso emergencial, ou registro junto à Anvisa, e esta proceda a sua análise completa e o acolha, a vacina será ofertada a todos e de forma gratuita e não obrigatória”, afirmou Jair Messias Bolsonaro.
Só que enquanto tudo isso não se resolve, o tempo passa e mais brasileiros perdem a vida. Nesta segunda-feira, dia 28, 431 pessoas morreram de Covid em apenas 24 horas no Brasil, totalizando mais de 191 mil vidas perdidas no país desde a primeira onda da pandemia.
O Brasil continua sem ter uma data prevista para início da vacinação.
Quais vacinas
No resto do mundo, a ampla maioria dos governos está distribuindo a vacina criada em parceira pela americana Pfizer e a alemã BioNTech.
Apenas os EUA aprovaram e distribuíram também a vacina da americana Moderna.
Rússia e China usam vacinas autorizadas apenas por seus próprios governos.
A Rússia, com os imunizantes criados pelo Instituto Vector e pelo Instituto Gamaleya (Sputnik V), e a China, com as vacinas de três fabricantes: Sinopharm, CanSino e Sinovac (parceira do Instituto Butantan, em São Paulo).
Nenhuma das vacinas chinesas concluiu as três fases de estudos de segurança e eficácia que antecedem a aprovação por órgãos reguladores de outros países.
Vacina de Oxford
Outro monitoramento, feito pela Universidade Duke, dos EUA, indica que os números da vacinação devem começar a deslanchar pelo mundo depois da aprovação da vacina fabricada em parceria pela Universidade de Oxford e a farmacêutica sueco-britânica AstraZeneca e que já negociaram mais de 2 bilhões de doses com diversos países.
O Brasil foi um dos que apostaram na vacina de Oxford e espera imunizar mais de 130 milhões de pessoas em 2021 com essa vacina, que seria fabricada no país em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Só que até agora ela não foi aprovada por nenhum órgão regulador do mundo.
Ranking da vacinação
Em números absolutos, o país com mais pessoas vacinadas são os EUA, com 1,9 milhão de imunizados, ou 0,59% de sua população de quase 330 milhões de habitantes.
Um deles foi o presidente eleito, Joe Biden, imunizado ao vivo na televisão, assim como o atual vice-presidente, Mike Pence.
Em segundo lugar, aparece a China, com 1 milhão de imunizados. Isso representa, no entanto, cerca de 0,07% de sua população, que beira os 1,4 bilhão de habitantes.
O governo chinês corre para completar a tarefa. O jornal South China Morning Post, informou que o país começou os preparativos para vacinar 50 milhões de pessoas contra o coronavírus até o início de fevereiro, ou seja, antes do pico das viagens ligadas ao Ano Novo Lunar chinês, quando centenas de milhões de pessoas viajam dentro da China.
As 100 milhões de doses previstas seriam distribuídas até 15 de janeiro (primeira aplicação) e até 5 de fevereiro (segunda aplicação de reforço) pelas fabricantes Sinovac e Sinopharm, esta responsável por grande parte das 1 milhões de doses aplicadas até agora.
Em terceiro no ranking da vacinação aparece o Reino Unido, primeiro país ocidental a autorizar o uso de vacinas. Até agora foram imunizadas cerca de 800 mil pessoas no país (1,18% da população de quase 68 milhões de habitantes).
Com informações do CorreioBraziliense