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1º abraço das gêmeas separadas há 53 anos na maternidade em Santos
9 de fevereiro de 2021
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O abraço das gêmeas Miriam e Clênia - Foto: Nathália de Alcantara/AT
O abraço das gêmeas Miriam e Clênia - Foto: Nathália de Alcantara/AT

Emoção e fim da angústia. As gêmeas separadas na maternidade há 53 anos, em Santos, no Litoral Sul de São Paulo, finalmente se reencontraram e deram o primeiro abraço.

Há 6 anos Miriam Ramos procurava pela irmã Clênia Maria Coelho. A única informação que ela tinha era a maternidade onde as duas nasceram.

Após o nascimento elas foram separadas e adotadas por famílias de cidades diferentes.

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A procura

Primeiro Miriam encontrou o paradeiro da mãe biológica, com a ajuda de uma pessoa que tinha acesso ao banco de dados cadastrais de empresas de cobrança.

Ela conheceu Isabel Batista dos Santos, de 88 anos, em dezembro. Ela mora em Guarulhos, na Grande São Paulo.

A certeza de que ela e a idosa eram realmente parentes veio através de uma foto antiga que Miriam guardava, de quando era criança, a mesma foto que uma sobrinha dela encontrou em um álbum antigo de Isabel, porém a foto original estava em preto e branco.

“Eu falei ‘oi, a senhora sabe quem eu sou?’ e ela me reconheceu. Me deu um abraço e disse que pediu a Deus todo esse tempo para me ver antes de morrer. Não acreditou que eu estava ali”, disse Miriam ao G1.

Ela explicou que doou as duas irmãs porque não tinha condições de cuidar delas naquele momento. “Ela não tinha o apoio de ninguém, foi ao hospital sozinha quando a bolsa estourou, às 5h. Nosso pai era uma pessoa muito ruim”, afirmou.

A irmã gêmea

A última peça que faltava no quebra-cabeças era a irmã gêmea, cuja identidade ela desconhecia.

A descoberta ocorreu por meio da sobrinha de Clênia, que entrou em contato com o G1 após a história de Miriam repercutir.

A dificuldade foi grande porque Clênia não sabia que era adotada, nem que tinha uma irmã gêmea à sua procura.

Mas as irmãs dela leram a notícia e revelaram a verdade em janeiro, antes que Clênia soubesse pela imprensa.

Clênia não se revoltou, ao contrário: “Foi tranquilo para mim, porque eu acho que estava preparada espiritualmente”, lembra.

Ela admite que foi difícil assimilar que tinha uma irmã gêmea. “Porque eu ainda não tinha nenhum vínculo”, disse.

O reencontro 

Ela demorou uma semana para, finalmente, responder às mensagens de Miriam, que até então só tinha conversado com os filhos da gêmea.

“Fiquei muito ansiosa, queria conhecê-la, mas tinha medo de me decepcionar, também”, admite Miriam.

Assim que começaram a trocar mensagens, as duas passaram a se aproximar aos poucos e marcaram um encontro pessoalmente.

A reunião foi na casa da mãe biológica das duas, em Guarulhos.

Miriam viajou de Marília, no interior de São Paulo, e Clênia, de Santos.

Primeiro abraço

Elas se emocionaram muito no reencontro e se abraçaram pela primeira vez, neste final de semana.

“Parecia que, se eu parasse de abraçar, eu a perderia”, disse Miriam.

E ela percebeu que foi recíproco.

“Eu sinto que, daqui para frente, os nossos laços vão se unir mais ainda”, disse Clênia.

Miriam contou o que sentiu ao olhar para a irmã gêmea.

“Senti como se eu estivesse olhando para mim mesma, para uma parte de mim. E, nos olhos dela, eu senti muito amor. Faltava um pedacinho [na minha vida], e era aquele pedacinho que estava lá”, concluiu Miriam.

Foto que Miram tem da infância - Foto: arquivo pessoal
Foto que Miram tem da infância – Foto: arquivo pessoal
Gêmeas com a mãe biológica - Foto: Nathália de Alcantara/AT
Gêmeas com a mãe biológica – Foto: Nathália de Alcantara/AT

Com informações do G1

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