Tem gente que perde a cabeça, briga, xinga, quando acontece um acidente de trânsito. Mas no caso do Eric e do Léo a empatia falou mais alto e transformou a situação tensa em uma inesperada amizade.
Uma semana depois da batida em um cruzamento do Rio de Janeiro, eles se falam quase todos os dias, contou o bancário Eric Alexandre Joia da Silva, de 40 anos, em entrevista ao Só Notícia Boa.
O acidente aconteceu na semana passada no cruzamento da Rua Voluntários da Pátria com a Real Grandeza, no bairro do Botafogo.
Léo estava desempregado e no primeiro dia de trabalho como motoboy, ele bateu no carro do bancário. Mas a reação do motorista foi inspiradora.
“Atravessei o carro na pista na hora e minha única preocupação era… “Você está bem?”, escreveu o funcionário do Banco do Brasil no Instagram.
E ele ouviu o lamento do motoboy: ‘Era minha última entrega, preciso fazer minha última entrega”.
O que eles fizeram? Encostaram a moto, se acalmaram e o Eric teve uma atitude linda:
“Coloquei ele no meu carro e fui fazer a entrega. Tivemos então a chance de conversar e eu descobri não só o Léo motoboy, mas o pai do Ryan. Casado, esforçado, honesto. Um preto maneiro que ainda paga uma graninha pro irmão tomar conta do filho dele enquanto ele e a mulher trabalham”.
Empatia
Eric teve tanta empatia que, mais do que deixar prejuízo financeiro pra lá, decidiu ajudar o Léo.
“Não, ele não pode e nem vai pagar o meu prejuízo. Mas e daí? Coisas vem e vão. E eu ainda me prontifiquei a consertar o que se quebrou na moto dele”.
Ele explicou que não é rico, mas compreendeu que sem a moto, o pai de família não levaria sustento para a família.
“Eu não tenho muito (pra falar a verdade tenho é beeeemmmm pouquinho) mas ele não pode parar. Se ele parar o Ryan não come, o irmão padece e a vida empaca”, escreveu no Instagram.
Deu certo. Nesta quinta, 25, Eric fez novo post no Instagram anunciando: “A moto já foi consertada. Graças a Deus problema resolvido”.
Ele disse ao SNB que várias pessoas se sensibilizaram e ajudaram a pagar 70% do conserto da moto do Eric. Os 30% restantes ele deu do próprio bolso.
Já o carro do Eric continua na garagem. Ele ainda não fez orçamento para saber quanto gastará nos reparos.
Felicidade
E como Eric ficou depois da boa ação?
“Comecei o dia sambando de felicidade e termino igualmente feliz. Feliz porque ele não quebrou nada, feliz porque vamos consertar a moto e o Ryan não vai ficar desamparado, feliz porque minha mãe me deu coragem e eu não sou basculho (Gil vigor feelings) pra ir embora sem prestar socorro”, afirmou.
E foi além: “É isso que significa ninguém soltar a mão de ninguém, ou, nas palavras de Jesus: quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma.
No final, os dois viraram amigos. “Registramos a foto porque depois queremos voltar e rir dessa situação”.
E Eric deixou um recado para todo mundo pensar: “Ame as pessoas, use as coisas”, concluiu.
Veja o post dele do dia do acidente:
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Por Rinaldo de Oliveira, da redação do Só Notícia Boa