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Como Araraquara conseguiu derrubar casos de covid pela metade
10 de março de 2021
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Lockdown em Araraquara - Foto: Luciano Claudino / Estadão Conteúdo
Lockdown em Araraquara - Foto: Luciano Claudino / Estadão Conteúdo

A cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, conseguiu derrubar praticamente pela metade os novos casos de covid-19.

A porcentagem de positivos entre amostras coletadas caiu de quase 50% para 23%, informou a Secretária Municipal de Saúde Eliana Honain. E isso aconteceu 15 dias depois de Araraquara decretar lockdown, fechar a cidade e proibir a circulação de moradores sem justificativa.

“A gente saiu de quase 50% dos testes positivados para 23%. Hoje, estamos colhendo os frutos do ‘lockdown’ com a diminuição do número de casos. Foi um fruto doído, mas bem recebido porque mostra que a gente conseguiu diminuir a transmissão. A gente tira a lição do quanto é importante o isolamento social”, avalia a secretária Eliana Honain.

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A meta principal era diminuir a circulação do vírus e o primeiro indicador a ter redução – o número de contaminações – aponta exatamente nessa direção.

O lockdown

O lockdown foi iniciado em 21 de fevereiro, um dia após Araraquara bater recorde de casos com 248 registros.

Já no último boletim, divulgado na segunda-feira (8), 15 dias após o fechamento da cidade, foram registrados 58 casos, somando 15.577 infectados desde o início da pandemia.

Mesmo que historicamente a segunda-feira seja um dia com baixo número de confirmações por causa da pouca liberação de resultados, a quantidade representa uma redução de 38,9% em relação ao mesmo dia da semana passada, quando foram confirmados 95 casos.

Até esta terça-feira (9), a circulação de veículos e pessoas na cidade de 240 mil habitantes é permitida apenas para a aquisição de produtos e prestação de serviços liberados pelo decreto municipal.

Quem estiver na rua, tem que apresentar documento justificando a circulação, sob pena de ser multado em R$ 120.

Casos positivos

Mas o principal indicador apontado pela secretária de Saúde não é o número absoluto de casos e sim o percentual de positivos entre os testados.

Nos quatro dias anteriores ao lockdown (18 a 21 de fevereiro) esse percentual variava entre 37% a 49%, já nos últimos quatro dias (4 a 7 de março) variou de 19% a 26%.

Os reflexos das restrições no número de óbitos, porém, ainda não aconteceram. Desde 10 de fevereiro, a cidade registra óbitos por Covid-19 todos os dias. Somente na segunda-feira, foram mais 6 óbitos.

Neste ano, 160 pessoas morreram de Covid-19, o correspondente a 63,5% de todos os óbitos causados pela doença na cidade em toda a pandemia.

Segundo Eliana, a redução nos óbitos ainda deve demorar por volta de dez dias. Isso devido à dinâmica da doença, que começa a se agravar entre o 8º e 10º dia após a contaminação.

“Ainda não há resultado no número de mortes porque os pacientes que vieram a óbito estavam internados há mais tempo, foram contaminados no período de maior transmissibilidade”, explicou. “É muito triste isso porque, se não fossem tantos contaminados, nós, com certeza, não teríamos esse número de óbitos.”

Desde o início da pandemia, foram abertos 117 leitos exclusivos para a Covid-19 e há ainda previsão de mais com o acordo entre a prefeitura e uma igreja, onde serão instalados 17 leitos.

Como Araraquara conseguiu derrubar casos de Covid pela metade

Na sexta-feira, o Comitê de Contingência irá se reunir para avaliar os indicadores e decidir como ficarão as atividades nos próximos dias.

“Medidas mais rígidas estão previstas no decreto. Depende exclusivamente dos indicadores. Nós vamos avaliar e, se os números estiverem crescentes, vamos fazer novas restrições em Araraquara, não temos medo disso.”

Isso porque segundo a secretária, embora haja uma melhora, ela não é suficiente para considerar a cidade segura.

“É o esperado, mas não é o suficiente. Para a gente ter uma tranquilidade, os positivados têm que chegar a apenas 5% dos testes coletados diariamente. Para ter uma situação de controle, existem só duas ações: o isolamento e a vacina, que é muito precária por conta da disponibilidade e que não depende dos municípios”, diz.

Por Rinaldo de Oliveira, da redação do Só Notícia Boa – com informações do G1

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