O hospital público Ophir Loyola, em Belém, no Pará, anunciou o sucesso de uma cirurgia cerebral, realizada com o paciente acordado, para retirada de um tumor que causa epilepsia.
O entregador de delivery Lucas Dutra, de 30 anos, sofria com a epilepsia havia dez anos, em decorrência da lesão tumoral.
Para garantir que não haveria danos à linguagem, ele foi mantido acordado durante procedimento, para que os médicos pudessem realizar os testes necessários.
Lucas passou por avaliações de comunicação, memória, orientação, cálculo, reconhecimento de figuras e cores e vocalização durante toda a cirurgia.
Todo o processo ocorreu de forma segura e agora o paciente segue para acompanhamento de especialistas, com a finalidade de eliminar as crises definitivamente.
Processo
Apesar de não ser uma cirurgia inédita, cada procedimento precisa ser tratado como tal, considerando que todo paciente apresenta respostas bastante individuais.
Lucas ainda passou por um treinamento duas semanas antes, com orientações sobre como seria a cirurgia, quais os comandos seriam usados e quais tarefas teria que realizar ao ser acordado. Tudo para que ele se sentisse confortável e tranquilo.
Enquanto o tumor estava sendo retirado, Lucas conversava, cantava, respondia a perguntas, reconhecia figuras, cores e atendia a comandos motores, mostrando que as funções estavam preservadas.
“A equipe realizou a estimulação cognitiva da fala, da motricidade oral e da função motora durante o manuseio cirúrgico. O neurocirurgião sinalizava que iria manusear determinada área e a equipe fazia a estimulação. Quando o paciente respondia aos comandos, o neurocirurgião seguia com o procedimento. Caso o paciente não respondesse, esse era um sinal que determinada área não poderia ser manipulada cirurgicamente”, explica a fonoaudióloga Flávia Monteiro, que acompanhou todo o processo.
A cirurgia de Lucas durou 5 horas e correu tudo bem. Após a operação, ele foi levado à Unidade de Terapia Intensiva, consciente, orientado e sem déficits de linguagem e motores.
Cura
A epilepsia é eliminada em cerca de 50% dos pacientes que são operados. Nesses casos, as crises não ocorrem mais e não há necessidade de fazer uso de medicamentos.
No entanto, há a importância do acompanhamento médico nos primeiros dois anos, para a certificação que as crises não retornarão. Somente após esse tempo é que Lucas ficará 100% livre do seu problema de saúde.
Agora, ele vai ser monitorado pela equipe do Ophir Loyola, vai fazer os exames necessários e todo o tratamento, conforme o tipo de tumor diagnosticado em biopsia.
Aos profissionais envolvidos, nossos parabéns!
Por Monique de Carvalho, da redação do Só Notícia Boa – Com informações de Hospital Ophir Loyola.