Quem olha o Spark hoje, lindo, cheio de vida, de alegria e tão carinhoso, nem imagina o que esse bichinho passou… Ele foi regatado no lixo, doente, quase morto, em janeiro deste ano.
E quem deu a oportunidade para ele conhecer o lado bom do ser humano foi o chef Alexandre Albanese, que tem um restaurante em Brasília.
Alexandre encontrou o Spark ao lado de uma lixeira, na estrada que dá acesso à chácara onde mora Brazlândia, a 35 minutos do Congresso Nacional. E levou um susto quando se aproximou:
“Vi um montinho de pelos na beira da estrada, imóvel. Achei que estava morto. Me aproximei e vi que ainda restava alguma vida ali. Quando eu o toquei, vi que quase a metade das costas e a cabeça dele estavam tomadas por larvas. Vi moscas saindo de dentro do corpo do bichinho e o cheiro estava insuportável”, contou Alexandre Albanese em entrevista ao Só Notícia Boa.
Rapidamente o chef de cozinha, que tem 47 anos, pegou o cachorro, levou para um veterinário e ficou lá com ele até de madrugada.
Primeiros socorros
“Lembrei que tinha uma lona na caçamba do carro e foi o que usei pra carrega-lo e suportar o mau cheiro.[…] Quando chegamos na veterinária (próximo de meia noite) vimos que a reação da equipe não foi a que esperávamos, achavam melhor não fazermos nada por entender que ele tinha uma anemia profunda e que não aguentaria sedação”, lembrou.
Mesmo sabendo que as chances eram poucas e que o tratamento não seria barato, Alexandre insistiu: “pedi que fizessem tudo que fosse necessário”.
“A situação dele era muito delicada. Era um tal de sedar e ver se ele ainda tinha sinais vitais, cortar pele daqui, segurar soro de lá… “Voltou, tá bem, corta aqui, limpa ali”…. Eram as coisas que escutava enquanto segurava a bolsa de soro do bichinho”, contou.
Alexandre lembra que é dono de restaurante, um dos setores mais afetados pela crise na pandemia, mas pegou o que tinha na conta para pagar o tratamento do Spark e pediu contribuição de amigos também.
“Eu tenho um limite pra poder ajudar esses bichos, por questões financeiras e tempo. Mas tem casos que são acima do meu poder de decisão: ou eu ajudo, ou o animal morre. E um olhar como pedido de socorro de um ser desprotegido desses é como uma facada no meu estômago”, afirmou.
A virada
“Foram dias de muita esperança e angústia. Foram várias visitas até que ele começasse a apresentar alguma melhora”.
Cinco dias depois Alexandre tirou Spark da clínica e levou para cuidar na casa dele.
“[O veterinário] Perguntou se teria coragem de fazer curativo já que a parte exposta sem pele era muito grande e não sabíamos se o tímpano ficaria intacto ou não. Medo? Nenhum! Levei o bichinho embora e o coloquei dentro de casa (para ciúmes dos demais) lá em casa são 9 cachorros agora, só dois que não são adotados”, contou o chef.
No início, Alexandre pensava em tratar do Spark – que segundo os veterinários teria 3 anos de idade – e depois levá-lo para a adoção. Ele só o chef não imaginava que iria se apegar tanto ao novo amigo, tão grato e carinhoso.
“Tínhamos certeza que acharíamos um lar bacana pra esse bichinho, que só tem uma orelha agora. [Aos poucos] As cicatrizes externas foram se fechando, as cicatrizes da vida também, o amor foi crescendo e hoje não imagino a nossa casa sem a presença dele”.
Famoso
Além de conseguir um lar, Spark ficou famoso nas redes sociais com um vídeo que mostra a evolução dele de janeiro para cá. Em 24 horas o vídeo foi visto quase 200 mil vezes e curtido por mais de 20 mil pessoas.
Alexandre editou o vídeo para inspirar outras pessoas a ajudar animais em situação de vulnerabilidade.
Esse é “nosso o guerreiro Spark. Todos os dias agradeço à Deus por ter dado uma nova oportunidade para esse bichinho. Agradeço todas as pessoas que ajudaram com dinheiro, carinho e suporte pra que essa recuperação se tornasse possível. Que a história do Spark ajude a incentivar as pessoas a adotarem os bichinhos ao invés de comprar”.
Foi com esta frase que o chef Alexandre anunciou no Instagram que o cachorro resgatado do lixo, foi tratado, ganhou vida nova e ficou lindo!
Assista:
View this post on Instagram
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do Só Notícia Boa