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Cientista brasileira recebe mesmo título que Einstein, Mandela e Darwin
14 de maio de 2021
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Angela Villela Olinto, tornou-se membro da Academia Americana de Artes e Ciências - Foto: reprodução / Universidade de Chicago
Angela Villela Olinto, tornou-se membro da Academia Americana de Artes e Ciências - Foto: reprodução / Universidade de Chicago

Que honra e reconhecimento! A cientista brasileira Angela Villela Olinto tornou-se membro da Academia Americana de Artes e Ciências, título que a coloca ao lado de nomes como Albert Einstein, Martin Luther King, Winston Churchill, Nelson Mandela, Charles Darwin, entre outros gigantes da história mundial.

Angela Villela Olinto é física de astropartículas e professora da Universidade de Chicago, nos EUA. Ela é líder no novo campo da “física das astropartículas” e trabalha em projetos com a Nasa.

A brasileira é formada em Física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e é doutorada em Física pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

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“Na faculdade me interessei por física de partículas e, no doutorado, pela astrofísica. Do pós-doutorado em diante, me dediquei a construir este novo campo que reúne as duas áreas de meu interesse anterior”, disse em entrevista à Exame.

Astropartículas

“O termo “física das astropartículas” representa a aliança interdisciplinar entre a astrofísica e a física de partículas. Estudando as astropartículas, entendemos mais sobre as leis fundamentais da natureza”, explicou a cientista.

As astropartículas são partículas que compõem ou interagem com a matéria, como os núcleos atômicos e os neutrinos, que vêm de fontes astrofísicas distantes do sistema solar.

De acordo com Olinto, as possíveis fontes das astropartículas incluem “buracos negros supermassivos, galáxias com formação intensa de estrelas, estrelas dissociadas por buracos negros e colisões que produzem ondas gravitacionais”.

Ao longo da carreira, Angela fez contribuições teóricas e experimentais sobre astropartículas, incluindo pesquisas sobre o estudo da estrutura das estrelas de nêutrons, teoria inflacionária, origem e evolução dos campos magnéticos cósmicos, natureza da matéria escura e a origem das partículas cósmicas de maior energia, como raios cósmicos, raios gama e neutrinos.

Projetos com a Nasa

Em conjunto com a Nasa, Olinto é responsável pela pesquisa de diversos projetos, entre eles o EUSO-SPB (“Observatório espacial do universo em um balão de superpressão”, em português), um balão de alta pressão que viaja numa altitude de 33 quilômetros. Com previsão de voo para 2023, seu objetivo é detectar raios cósmicos de ultra alta energia.

Outro projeto é a futura missão espacial chamada POEMMA (“Sonda dos multi-mensageiros astrofísicos extremos”, em português). “O projeto foi desenhado pelo meu time internacional de quase 80 investigadores para uma missão dedicada a estudar as astropartículas mais energéticas, os raios cósmicos e neutrinos ultra energéticos, e descobrir as suas fontes e interações”, conta Olinto. Se aprovada para construção e voo, a missão espacial ocorrerá ainda no final desta década.

Consagração

Sobre se tornar membro das duas academias, Olinto descreve a experiência como “muito emocionante”.

“É uma imensa honra ser membro de uma destas duas instituições históricas, as academias mais importantes na ciência nos Estados Unidos. Sou privilegiada por ter seguido perguntas inspiradoras sobre o nosso universo, e ter construído parcerias e colaborações brilhantes no caminho. É uma grande alegria ser reconhecida pelos meus colegas cientistas, especialmente em um ano tão desafiador”, diz Olinto.

E ela deixa um recado para brasileiras que pretendem ingressar na área:

“A beleza da ciência, como da arte, é, ou deveria ser, acessível a todos nós. Se esta beleza te inspirar, não deixe ninguém dizer que não é para mulheres. Leia, estude, aprenda com sinceridade e tenha respeito pela beleza complexa da área que escolher. Seguindo a sua intuição, dedicação e convicção, você pode ir muito longe. Como numa escalada, se focar no caminho a frente, quando chegar no alto pode olhar para trás com orgulho da escalada cumprida”, concluiu.

Por Rinaldo de Oliveira, da redação do Só Notícia Boa – com informações da Exame

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