Os estudantes da Unilab, no Ceará, estão finalizando a produção de uma câmara que consegue descontaminar até 50 máscaras e EPIs em apenas 5 minutos. Os itens reutilizáveis serão doados aos hospitais do SUS.
A produção iniciou em outubro de 2020 e tem previsão de término para o fim deste mês.
Tudo começou depois que eles receberam o convite da “The Optical Society” (OSA), nos Estados Unidos, para a produção e pesquisa da câmara de descontaminação para máscaras cirúrgicas no modelo N95.
O grupo é composto por estudantes de Engenharia e Energias e Engenharia da Computação do Instituto de Engenharias e Desenvolvimento Sustentável (IEDS).
Protocolo de Oxford
Apesar de ser fabricada no Brasil, a câmara de descontaminação segue o protocolo de construção previamente elaborado pela Universidade de Oxford, na Inglaterra.
Um protótipo foi desenvolvido no laboratório do Campus das Auroras, em Redenção/CE, com utilização de lâmpadas de radiação ultravioleta.
Com os primeiros testes apresentando resultados positivos, os estudantes partiram para a construção definitiva e completa da câmara.
Gefferson Fernandes, aluno líder do projeto, disse que foi um orgulho imenso ter sido aprovado durante o processo seletivo interno da Unilab para participar dessa iniciativa de nível internacional.
“O impacto que a gente quer causar é que ele de fato fique na comunidade, em Redenção”, explica o estudante.
Como funciona
Sabe-se que após exposição radioativa, é possível a reutilização da máscara N95. Com a câmara, o professor orientador do projeto, Dr. Sabi Yari Moïse Bandiri, diz ser possível descontaminar até 50 peças por vez.
O custo do equipamento foi calculado em US $1.300 (aproximadamente 6,5 mil reais). A maior parte do valor destina-se à instalação de 16 lâmpadas UV-C, que são lâmpadas “germicidas” especiais que emitem luz ultravioleta de alta intensidade, para purifica o ar, a água e superfícies sem o uso de substâncias químicas agressivas, que são nocivas para o meio ambiente.
As máscaras de proteção (N95) ficam durante cinco minutos em exposição à radiação ultravioleta, com comprimentos de onda entre 200 nm e 280 nm (UV-C). Após esse tempo, os EPIs ficam seguros para novo uso pelos profissionais de saúde.
Após a finalização de todas as etapas do projeto, a câmara de descontaminação será doada para o Hospital Filantrópico do município de Redenção, no Ceará.
Com informações de Diário do Nordeste