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Ney Matogrosso faz 80 anos com disco novo, clip, biografia e capa da Vogue
1 de agosto de 2021
- Rinaldo de Oliveira
Ney Matogrosso no disco Água do Céu - Pássaro, em 1975 e agora aos 80 anos - Fotos: divulgação e Leo Aversa
Ney Matogrosso no disco Água do Céu - Pássaro, em 1975 e agora aos 80 anos - Fotos: divulgação e Leo Aversa

Talento, coragem, ousadia, sensualidade e muito trabalho… Palavras que podem definir Ney Matogrosso, a voz única da música popular brasileira que completa 80 anos neste domingo 1º de agosto, cheio de vigor, atitude e novidades.

E a festa para os fãs vem com disco novo, “Nu Com a Minha Música”, canção que será lançada às 23h no canal do Ney no Youtube, bem no dia do aniversário dele. Tem ainda videoclip com também cantora Gabi Amarantos, uma biografia e capa da revista Vogue. (veja abaixo)

Vacinado, perfeccionista, amante da natureza e nascido em 1941 em Bela Vista (MS), Ney diz que está se sentindo ótimo aos 80 anos: “Em paz com a minha consciência, em paz comigo mesmo”, afirmou em entrevista à Marie Claire.

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Sobre sucesso, fama e dinheiro, o cantor – que surgiu na década de 1970 com o grupo Secos & Molhados – conta que colocou a intuição acima dos interesses econômicos.

“Sempre fui conduzido pela minha intuição. Nunca foi a minha cabeça que me levou, nunca foram interesses. Eu poderia ter ganhado muito mais dinheiro se me submetesse aos caprichos de gravadoras. Mas estou feliz, tenho orgulho de não ter me submetido, de ter sido quem eu sou, de não ter contrariado a minha essência, de ter enfrentado aquilo com que não concordava. Talvez tenha sido mais difícil para mim, mas procuro a coerência na minha vida. Então olho para trás e vejo que está tudo certo, fico feliz de ter sido uma pessoa coerente”, afirmou.

Carreira meteórica

Na carreira meteórica, Ney gravou dois discos com o Secos & Molhados e 36 álbuns na discografia solo iniciada em 1975, quando desistiu da banda. “Eu não estava feliz”, disse no ano passado em entrevista ao Só Notícia Boa.

A voz ímpar, a interpretação ousada e a presença de palco recheada de sensualidade – que chocaram o Brasil durante o militarismo da década de 1970 – se tornaram a marca de Ney Matogrosso, um ícone sem comparação na MPB, em brilho, carisma e popularidade.

Do rock ao samba, do bolero à MPB, esse classificou sua obra como “eclética”, em entrevista a Andréa Fassina – diretora de conteúdo do Só Notícia Boa – em entrevista exibida no programa Refrão, da TV Justiça.

Disco novo

E Ney aproveitou o isolamento social para produzir. Ele queria de alguma forma “dar um abraço nas pessoas”, carentes dessa forma de afeto que proibida durante a pandemia.

“Acabei de gravar um disco, que surgiu de uma necessidade de comunicação, um movimento contra a pandemia. Inicialmente quis fazer uma coisa romântica para funcionar como um abraço nas pessoas, mas ficou meio debochado também. Tem Caetano [Veloso], Vitor Ramil, um cara novo de Pernambuco chamado Martins… No dia 1º de agosto, meu aniversário, lanço quatro músicas: “Gita” [de Raul Seixas] (assista abaixo), “Por Quase um Segundo” [Cazuza], “Mi Unicornio Azul” [Silvio Rodríguez] e “Se Não For Amor, Eu Cegue” [Lenine]. Em outubro ou novembro, chega o resto. Estou feliz, estou cantando de novo. Pelo menos uma parte de mim não está presa dentro desta pandemia”, revelou.

O clipe com Gabi

Tem músicas novas e também o clipe “Vênus em Escorpião”, feat. com Gaby Amarantos. A música está no novo álbum da cantora, PURAKÊ e Ney disse como foi a gravação, feita durante a pandemia:

“Ah, eu adorei! Foi a primeira gravação que fiz durante a pandemia. Estava grilado, não sabia se ainda teria voz… Aquelas loucuras de cantor. O clipe foi mais assustador ainda porque fui para São Paulo gravar. Tudo com a maior segurança, todo mundo com exames, mas assustador. No fim, foi ótimo. Adoro a música, dela e do Jaloo, acompanho a Gaby desde que ela surgiu, gosto muito”, contou.

Biografia do Ney

Na nova biografia sobre a vida do cantor brasileiro, Ney disse que liberou tudo para a publicação, menos uma coisa:

“A única coisa que sonego são minhas relações pessoais, as pessoas com quem transei. Não quero fazer escândalo. Não estou a fim de balançar o coreto da MPB”, disse.

Ele mostrou também que não se apega ao passado.

“É muito louco, mas na leitura não me envolvo mais com a história, já foi. Posso imaginar como determinada passagem vai soar, como as pessoas lerão uma ou outra coisa. Mas é o máximo a que eu chego. Não fico embevecido pela minha história e embarco. Li tudo friamente, observando apenas se tinha alguma informação errada”.

O livro Ney: a Biografia (Cia. das Letras, 512 págs., ­­R$ 89,90) já está em todas as livrarias.

E quando foi perguntado sobre o que Ney Matogrosso mudaria em sua trajetória, se pudesse, o cantor foi enfático: “Absolutamente nada”.

 

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