Um cãozinho “caramelo” se tornou o verdadeiro mascote da igreja de São Francisco de Assis, em Boa Vista, Roraima. Ele foi resgatado por fiéis, bastante debilitado. Hoje, o bichinho recebe carinho, alimento e se tornou parte da comunidade.
Batizado em homenagem ao santo, Chiquinho chegou na paróquia há três meses. Ele sofria maus-tratos e tinha ferimentos pelo corpo. Na época, recebeu todo o atendimento e hoje acompanha as missas e celebrações, com direito até uma roupinha do Super-Homem.
A tesoureira da paróquia, Adriana Lima, de 49 anos, disse que inicialmente o cão seria abrigado até melhorar de saúde. Só que todos foram ganhando amor por Chiquinho e ela acabou deixando o animal na paróquia.
“Não foi a gente que encontrou o Chiquinho, ele que chegou aqui na igreja e encontrou a gente. Ele chegou muito magro, era perceptível a fome que ele estava sentindo. Na mesma hora eu dei ração, fiz um carinho na cabeça dele e entrei na igreja, pois iria ter celebração”, lembra Adriana.
A tesoura conta que desde então ele ficou na igreja. “Achava que ele iria embora, mas no outro dia, quando eu voltei, ele ainda estava na igreja pelo lado de fora, dormindo. Era de partir o coração ver ele assim”, relata.
Parte da família
Adriana conta que inicialmente algumas pessoas estranharam a presença de Chiquinho, mas não demorou muito para ele ganhar o coração dos mais resistentes.
“A comunidade aceita ele muito bem, é tanto que ele já está ficando mimado. Ele ganha presente, ração e todo mundo mima ele. Não é só o padre que tem que aceitar, é a comunidade também, e Chiquinho foi muito aceito. Todas as novenas ele faz parte”, conta.
Adriana também reflete a importância de acolher o animal, assim como fez o santo da igreja, que é padroeiro dos animais.
“São Francisco é o padroeiro dos animais, tanto que na entrada da igreja tem uma imagem do santo com um cachorro. Eu não sei o motivo do Chiquinho escolher aqui para morar. É como se ele tivesse pedido ajuda para São Francisco e a comunidade ajudou e atendeu o apelo”, conclui.
Cuidados médicos e adoção
Devido os maus-tratos que sofreu, Chiquinho precisou amputar a cauda. As cirurgias, exames e os remédios, de acordo com Adriana, foram pagos por meio da campanha “Ajude o Chiquinho”, que arrecadou o dinheiro.
A adesão da comunidade foi tanta, que foi preciso pedir que parassem de doar quando a meta foi atingida.
A tesoureira também lembra que durante o tempo que Chiquinho ficou em recuperação, era sempre questionada sobre quando ele iria retornar às missas.
“Na primeira vez que eu o trouxe à igreja para passar o dia, depois de recuperado, ele faltou falar de tanta alegria. É como se sentisse que o trouxeram para a casa”, lembra.
Questionada sobre adoção, Adriana explica que tem famílias interessadas em adotar o cão, mas ela não tem certeza se fará isso.
“Temos quatro famílias interessadas em adotar o Chiquinho, porém, é mais do que isso. Será que o Chiquinho quer sair daqui? Tem esse questionamento. Eu acho que se ele falasse, diria que não quer sair daqui. Então, se o padre concordar com a presença dele aqui, o Chiquinho fica na comunidade”.
Com informações de Portal Space