30 anos sem Freddie Mercury! E quando a gente acha que sabe tudo sobre o líder do Queen, aparecem outras histórias de arrepiar, principalmente da força de que ele teve mesmo sabendo que estava à beira da morte, por causa da Aids.
E nesta quarta, 24 de novembro, que marca exatas três décadas da perda da voz mais poderosa do rock – aos 45 anos de idade – uma lembrança do guitarrista Brian May corre o mundo e aquece o coração dos fãs.
É sobre a música “The Show Must Go On”, do álbum Innuendo, o 14º álbum do Queen. Ele foi gravado em 1990 no estúdio da banda em Montreux, na Suíça, quando Mercury já estava bem debilitado e enfrentava em silêncio a luta contra uma doença que, ele sabia, era atestado de morte na época.
Tocado pela dor do amigo, Brian May escreveu a canção que traduzia a obstinação de Freddie naquele momento difícil e arriscou alguns versos emotivos: “Por dentro, meu coração está se partindo/ Minha maquiagem pode até estar escorrendo/ Mas meu sorriso permanece”.
Quando terminou a letra, Brian mostrou para Mercury com medo que ele se recusasse a cantá-la, já que a melodia pedia uma interpretação em notas muito altas e exigiria um esforço enorme de Freddie, já bastante debilitado.
“Não se preocupe, eu vou arrasar”
Porém, Mercury respondeu com determinação e animação: “Não se preocupe, querido, eu vou arrasar!”.
Na sequência, ele foi até o bar, tomou uma dose cavalar de vodca e partiu para o microfone para interpretar “The Show Must Go On”.
E foi “de prima”, como se diz aqui no Brasil. Mercury entregou a canção logo na primeira tentativa, uma das performances mais celebradas na carreira do cantor.
“Freddie foi um grande cometa”
Essa momento talvez explique bem toda a veneração em torno do talento de Freddie Mercury, músico reconhecido por sua extravagância e genialidade, e que se tornou um dos grandes ícones da cultura pop mundial.
Até hoje, 30 anos depois, gente de todas as gerações ouve e admira o trabalho dele… e pode ver a história de Mercury no cinema.
Um dos primeiros artistas do rock a se tornar vítima da Aids, Mercury nunca se abateu publicamente e trabalhou duro até seu último suspiro para manter vivo o legado artístico do Queen.
“Ele amava a vida e festejava a existência a cada minuto”, lembra Brian May.
“Freddie foi um grande cometa que passou por nós e deixou um rastro de luz que vai brilhar ainda por muitas décadas”, resumiu o guitarrista.
Astro improvável
Nascido como Farrokh Pluto Bulsara, no dia 5 de setembro de 1946, em Zanzibar, uma ilha semiautônoma na costa da Tanzânia, Freddie Mercury é um dos astros mais improváveis da história do rock.
Extremamente tímido, ele se mudou para a Inglaterra com a família no início dos anos 60. Já em Londres, Freddie se matriculou no Ealing Art College para estudar ilustração e design gráfico.
O percurso que percorreu até chegar à fama, no entanto, lhe custou muito sofrimento: ele teve vários problemas com bullying por causa do seu jeito afetado e sua aparência particular. Mas seu talento foi maior e encobriu o preconceito e o tornou um dos homens mais aplaudidos do planeta.
Ainda na faculdade de artes, Freddy conheceu os integrantes de uma banda e no início dos anos 1970 assumiu no lugar do vocalista Staffell.
A partir dali ele adotou o sobrenome “Mercury” e persuadiu os outros membros a mudarem o nome da banda para Queen. Logo depois, John Deacon uniu-se a eles como baixista, dando molde à formação clássica do quarteto.
A facilidade com que Mercury dominava multidões nas arenas e seu talento para improvisações vocais acabaram transformando a banda em um enorme sucesso nas décadas de 70 e 80.
O Queen se tornou um dos conjuntos mais populares de sua geração, imortalizando clássicos como “Bohemian Rhapsody”, “We Are the Champions” e “We Will Rock You” e vendendo mais de 300 milhões de discos ao redor do mundo.
Assista The Show Must Go On, vídeo feito com imagens de arquivo e fotos de Mercury.
Com informações de OPovo