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Hospital usa pele de tilápia para tratar doença rara em mulheres
8 de dezembro de 2021
- Monique de Carvalho
A pele de tilápia foi utilizada pela primeira vez na reconstrução vaginal de mulheres com doença rara - Foto: reprodução UFC
A pele de tilápia foi utilizada pela primeira vez na reconstrução vaginal de mulheres com doença rara - Foto: reprodução UFC

O uso medicinal da pele de tilápia está cada dia mais abrangente e tem apresentado ótimos resultados em todos os procedimentos.

Dessa vez, a técnica é utilizada para reconstruir o canal vaginal de mulheres com síndrome de Rokitansky, uma doença rara que provoca alterações na formação do útero e da vagina, que ficam ausentes ou pouco desenvolvidos.

O procedimento foi realizado no Hospital das Clínicas da UFMG/Ebserh, tornando a instituição a primeira a aplicar a técnica para esse tratamento.

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A cirurgia para reconstrução íntima possui uma média complexidade, segundo a cirurgiã e coordenadora do Setor de Uroginecologia do HC, Marilene Vale C. Monteiro.

“As mulheres com a síndrome de Rokitansky, ou anegesia vaginal, nascem sem o canal vaginal, e os sintomas variam. Se elas não realizarem a cirurgia, não há como a menstruação descer, se a mulher tiver o útero, e elas terão dificuldade em manter relação sexual”, disse.

Pacientes

Duas mulheres foram operadas na semana passada e agora, o HC vai receber outras pacientes de Minas Gerais com o mesmo diagnóstico e em tratamento no SUS, para realizar o procedimento.

“A pele da tilápia contém grande quantidade de colágeno tipo 1, que a torna tão forte e resistente quanto a pele humana.

Além disso, o processo de manufatura da pele de tilápia é rápido e barato”, explica o professor Leonardo Bezerra, médico responsável por pesquisar a técnica ginecológica.

Baixo risco de rejeição

Uma das grandes vantagens do procedimento, segundo o Dr. Leonardo, é que a pele de tilápia tem um baixo risco de rejeição. Ele explica que, por se tratar de um animal aquático, o cruzamento de infecções não existe.

As peles chegam ao bloco cirúrgico esterilizadas, embaladas a vácuo e prontas para o uso, após passarem por processo que engloba o beneficiamento, a limpeza e a extração, sob a coordenação do Núcleo de Processamento e Desenvolvimento de Medicamentos da UFC.

A técnica, ainda em fase de estudo comparativo pelo Hospital das Clínicas – entre duas abordagens, uma delas utilizando a pele de tilápia –, vem sendo aplicada desde 2017 no Ceará e já beneficiou 25 pacientes em todo o país.

Pesquisa premiada

A pesquisa com pele de tilápia, desenvolvida por cientistas Universidade Federal do Ceará, ganhou três prêmios nacionais em apenas um mês.

As pesquisas premiadas envolvem o uso medicinal da pele do peixe em diversas áreas: para tratar queimaduras, feridas, para cirurgias plásticas e reparadoras e também no uso veterinário, em cães.

Com essas comendas recebidas em novembro, as pesquisas com a pele de tilápia já somam 19 premiações, todas em primeiro lugar. Que orgulho dos nossos cientistas!

Já falamos sobre essas premiações aqui no portal! Confira a matéria completa aqui no Só Notícia Boa!

Cirurgia com pele de tilápia tem baixo risco de rejeição - Foto: reprodução UFC
Cirurgia com pele de tilápia tem baixo risco de rejeição – Foto: reprodução UFC

Com informações de UFMG

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