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Primeira mulher preta cientista recebe prêmio internacional da ONU
23 de dezembro de 2021
- Andréa Fassina
Ana Gabryele Moreira, de 29 anos, é estudante de física médica na USP e acaba de se tornar a primeira mulher preta brasileira a receber o Prêmio Marie Curie Foto: Cassimano
Ana Gabryele Moreira, de 29 anos, é estudante de física médica na USP e acaba de se tornar a primeira mulher preta brasileira a receber o Prêmio Marie Curie Foto: Cassimano

Futura cientista, a estudante Ana Gabryele Moreira, de 29 anos, acaba de se tornar a primeira mulher preta a receber um prêmio internacional da ONU.

Estudante de física médica na Universidade de São Paulo, USP, Ana Gabryele ganhou o Prêmio Marie Curie da Agência Internacional de energia Atômica – IAEA – ligada à Organização das Nações Unidas.

Com isso, a baiana, de Salvador, seguirá o mestrado fora do país em 2022.

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E a gente fica pensando… A ONU foi fundada em 1945. Será que nesses quase 80 anos de existência nenhuma mulher preta conseguiu entrar nessa área, ou não teve oportunidade de estudar e mostrar seu talento? Ótimo que isso esteja mudando, mas demorou!

Bolsa para estudar fora

Nascida no bairro de Cajazeiras, área periférica de Salvador, Ana faturou a segunda edição do prêmio com pesquisa científica da participação das mulheres na área nuclear.

A estudante terá direito a bolsa de 10 mil a 40 mil euros para estudar no exterior.

A área é praticamente toda dominada por homens brancos. E em 2020, a IAEA iniciou um trabalho para incentivar mulheres a ingressarem no mundo da energia nuclear.

Pesquisa 

A pesquisa da estudante foi denominada “Estudo do perfil sociocultural de mulheres que atuam em um instituto nuclear brasileiro”, e pretendia entender o perfil sociocultural dessas mulheres.

Incluindo cor, naturalidade, se são orientadas por homens ou mulheres, áreas que mais atuam, mulheres que são referências no instituto para elas, se tem cargo de chefia.

O trabalho foi feito por ela, Priscila Rodrigues, Karoline Suzart e Nelida Mastro.

O resultado mostrou que entre as poucas mulheres que ocupam espaços nessa área, 84% são brancas e apenas 10% pretas.

Nenhuma das mulheres que respondeu a pesquisa era indígena, e há poucas ocupando cargos de chefia.

Primeira da família na Universidade

Filha de um trabalhador de transporte coletivo e uma dona de casa, a jovem se tornou a primeira da família a ingressar na universidade pública, o que aconteceu através do sistema de cotas.

Foram cinco anos tentando ingressar na Universidade Federal da Bahia (UFBA), até passar na Universidade Federal de Sergipe (UFS), depois de ter feito um curso tecnológico em radiologia.

Ana foi orientada a seguir na área de física médica. E ingressou no Instituto de Pesquisas Energéticas Nucleares (IPEN), dentro da USP, e onde fica o primeiro reator nuclear do Brasil.

Com os auxílios permanência disponibilizados pela instituição, ela conseguiu se manter nos estudos e vencer! Que orgulho! Parabéns Ana!

Com informações do Afirmativa

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