Gratidão! Apesar do período complicado como 2021, é preciso celebrar e ser grato pelas conquistas pessoais. O dicionário explica que a palavra gratidão significa um “sentimento de lembrança e agradecimento por um bem recebido, em relação ao autor (=reconhecimento), ou a qualidade do que é grato”.
Colocar em ação esse substantivo pode melhorar o dia não só daquele que é grato, mas, também, a outra parte envolvida – sendo até mesmo possível sentir gratidão consigo mesmo por ter alcançado um objetivo muito desejado, por que não?
Para o psicoterapeuta Iarodi Bezerra, a gratidão quando bem expressada traz diferentes benefícios. “Alimentar o sentimento de gratidão é de extrema importância para a saúde mental. Ela nos conduz a um estado de plenitude psíquica, paz interior, além de proporcionar mais pensamentos positivos, reduzir ansiedade e quadro de humor deprimido”, explica.
Nos últimos meses, a pandemia impactou negativamente a vida de muitos brasileiros, além de inundar o noticiário com inúmeras notícias ruins, o que talvez coloque em dúvida a expressão do sentimento de gratidão. Afinal, como eu posso ser grato se ao meu redor outras pessoas passam por tanta necessidade?
Esse sentimento, como observa o psicoterapeuta, é bastante comum. “Criar a ideia de não merecimento por suas conquistas é pura autossabotagem, produzida por uma empatia deturpada. A culpa é o anteparo entre a pessoa que conquistou e o outro que sofre. Um engodo”.
O caminho, como aconselha o profissional, é se compreender como uma pessoa com que possui individualidade e trajetória diferente do outro, mantendo outro sentimento, sem deixar de ser empático. “Compreender que você é uma pessoa e o outro é outra, que cada um tem sua história, com derrotas e vitórias, normalizando o momento de cada um. Entretanto, é importante haver discernimento diante do outro que sofre, respeitando o momento dele. Isso representa a empatia em seu estado mais puro!”, destaca Bezerra.
Gratidão por conquistas alcançadas
Como a Juliene Landino, 37 anos, que há um ano conseguiu concluir um ciclo que era muito esperado: a formação na graduação de pedagogia. A formatura, adiada pela pandemia, foi há poucos meses, mas o sentimento de alívio e gratidão predomina até hoje.
Na sua listinha pelo que ser grata Deus aparece no topo. A fé a ajudou a não desistir. A família, chamada por ela de alicerce, e os amigos, seu ponto de apoio completam a lista.
“A formação era um sonho distante e, em alguns momentos, foi complicado. Conciliar trabalho, família e estudos ficou bastante cansativo, mas eu tinha um objetivo. Minha meta era a formação e nunca desistir dela”, conta.
Já formada, Juliene atua como voluntária, lecionando ensino religioso na Escola Batista de Central e preside a Associação Evangélica Beneficente Educativa de Central (Aebec), organização que acompanha as decisões tomadas pela escola.
Por acreditar em uma educação de qualidade acessível para todos, Juliene costuma pensar em ações que possibilitem isso. Foi ela, por ter sido também bolsista do Educa Mais Brasil na graduação, a responsável por apresentar a plataforma para a instituição de ensino. Juntos, escola e o Educa oferecem bolsas de estudo para a comunidade.
“A educação, no geral, me fez enxergar a vida de uma forma diferente. Hoje consigo ver as diferenças dos saberes, que todas as pessoas são capazes e boas em alguma coisa. Ninguém é inútil, cada um possui uma especificidade e contextos diferentes. Amo compartilhar saberes e aprendo muito com eles também. O reconhecimento dos alunos e pais também me motiva”.
Em um período em que muita gente perdeu seus empregos por conta da pandemia, Ítalo Sena, ao fazer a retrospectiva dos últimos meses, sente gratidão justamente por não ter feito parte dessa triste estatística.
“Esse trabalho, nos últimos anos, sempre esteve presente nas minhas principais conquistas, principalmente no quesito financeiro. Venho de família humilde, então, estar empregado realmente agregou muito, como um todo”, conta ele.
Com cinco anos de carteira assinada na mesma empresa, Ítalo celebra ter permanecido no emprego durante a pandemia que o ajudou a realizar diferentes objetivos, como pagar aluguel da casa, contas pessoais, ajudar a família e poder já se planejar para comprar a casa própria.
O trabalho, inclusive, proporcionou a Ítalo ser o primeiro da família a se formar no ensino superior, no curso de Medicina Veterinária, o que é motivo de muito de orgulho para sua mãe.
“Não foi um processo tão tranquilo. Passei por um momento difícil porque minha mãe teve um quadro de depressão. Tive que conciliar o trabalho, família e faculdade, além do estágio extracurricular. Mas, graças a Deus, superei e sou bastante grato. Para minha mãe, é bastante gratificante ver um filho formado”, concluiu.
Com informações da Agência Educa Mais Brasil