Seu José Bernardo da Silva vai completar 104 anos no próximo dia 14 de junho e ainda trabalha com carteira assinada em um supermercado de Pouso Alegre, no Sul de Minas. Nascido em 1918, ele acorda todos os dias às 6h para trabalhar.
Segundo o sócio do supermercado, Carlos Magno, ‘seu’ Bernardo – chamado carinhosamente pelos colegas e clientes de “Vô” – é a pessoa mais velha do Brasil com carteira assinada.
“Trabalhei puxando fio no mato, montando as torres, de lá de São Paulo para cá. Fui até Araguari. Trabalhava na roça, de retireiro, aqui e ali e até que hoje graças a Deus estou trabalhando no mercado”, relembra.
Primeiro emprego formal em 1970
Desde os 10 anos, seu Bernardo trabalha. Ele começou ajudando a mãe na fazenda, na retirada de leite para fazer queijo.
“Daí pra frente, fui para a roça trabalhar com os meus tios, para apanhar café. Foi indo desse jeito, melhorando um pouquinho, mas, sempre ganhando pouco”, contou o idoso.
Seu Bernardo aprendeu apenas a ler e escrever o seu nome. O primeiro emprego com carteira assinada foi em 1970 na Sociedade Brasileira de Eletricidade.
Em 2009, ele teve a carteira assinada novamente pelo mercado, após o sócio do estabelecimento convidá-lo para trabalhar com eles e desde então, é um querido por todos!
“Meu irmão já havia encontrado o Vô várias vezes, varrendo a rua e, depois, em uma instituição, trabalhando de servente de pedreiro. Aí nós trouxemos ele pra cá, o convidamos para trabalhar e está aí conosco até hoje”, contou.
Idoso não gosta de férias
Vô Bernardo nasceu em Cachoeira de Minas, município vizinho a Pouso Alegre. Sua mulher e sete dos 13 filhos que tiveram já são falecidos.
Para o idoso, o trabalho é o que ele tem de mais importante na vida e ajuda a complementar a aposentadoria.
“Eu gosto de trabalhar, estar no meio do pessoal, a gente se diverte um pouco. E quando chega em casa, a gente está mais alegre porque ganhou o dinheiro para sustentar a família”, comentou Seu Bernardo.
Carlos Magno, sócio do mercado, brincou que precisam brigar para ele tirar férias.
“Tem que obrigar ele a tirar férias de tanto que ele gosta daqui e trabalha direitinho até hoje, não tem limitação. Trabalha melhor até que muitos jovens”, concluiu.
Com informações de Correio Braziliense