Estudiosa, a cearense Aisha Ellen Lemos Paz, de 19 anos, realizou um sonho grande: ela acaba de ser aprovada em duas universidades nos Estados Unidos.
A jovem recebeu o resultado das aprovações com bolsa integral na Dartmouth College e na Wellesley College, mas optou pela segunda.
Engajada com a causa feminina, agora Aisha quer se dedicar a desenvolver soluções para a saúde das mulheres brasileiras.
“Pretendo desenvolver soluções de baixo custo para diagnóstico e tratamento precoce de doenças como a endometriose, para que possamos alcançar as comunidades mais carentes. Quero me tornar uma especialista em saúde pública feminina e poder propor políticas públicas efetivas para as meninas e mulheres do Brasil”, afirma Aisha Paz.
Projetos para mulheres
A escolha pela Wellesley College não foi à toa. A universidade americana tem um histórico de ex-alunas incríveis, como Hillary Clinton, ex-senadora de Nova York e secretária de estado americano do governo Barack Obama (2009 a 2013).
E é lá que a estudante brasileira vai cursa Ciências Biológicas, com o foco de voltar para o Brasil e melhorar a vida dela e de outras mulheres.
Ex-aluna de uma escola pública estadual de Fortaleza, a jovem sempre foi engajada em projetos sociais voltados para o público feminino.
“Meu objetivo é realizar pesquisa em saúde da mulher, principalmente no estudo de doenças associadas à endocrinologia reprodutiva feminina”, explica Aisha.
O engajamento com causas femininas, segundo a jovem, foi inspirado pelas mulheres da própria família dela.
“Por vir de uma família de mulheres fortes, escolhi estudar em Wellesley College, uma universidade feminina que fica no estado de Massachussets. Em Wellesley College terei acesso aos melhores laboratórios de pesquisa e aos cientistas professores mais renomados do mundo. Espero que com os recursos da faculdade eu possa continuar transformando realidades”, disse a jovem.
Preparação
Aisha mora com a mãe, a avó e a tia. Ela conta que desde criança demonstrava o gosto por aprender e aos 5 anos passou a estudar inglês por conta própria, com livros que a tia levava para casa.
“Sempre fui muito apaixonada pela língua inglesa. Como a minha tia é professora, ela sempre trazia material para casa para me estimular, até porque a gente não tinha dinheiro. Como eu ficava bastante tempo sozinha eu brincava de ler”, relembra.
O caminho até a aprovação nas universidades americanas também foi de muita batalha. Durante o ensino médio, a jovem pegava quatro ônibus para ir e voltar da escola.
E foi durante esse período, que ela atuou em vários projetos sociais, entre eles o “Cadê o Modes”. A iniciativa trabalha com a mobilização política, buscando a criação de políticas públicas que transformem os absorventes em materiais de necessidades básicas.
Jovem Embaixadora
Pela participação atuante nos projetos sociais, em 2020 a cearense foi uma das selecionadas do Estado para participar do Programa Jovens Embaixadores, uma ação do Departamento de Estado dos EUA, que seleciona alunos de escolas públicas para passarem três semanas nos Estados Unidos, participando de oficinas.
“Foi uma experiência transformadora, visitei as faculdades, descobri sobre as bolsas. Eram coisas diferentes, que valorizavam o aluno pelo que ele é e não só por notas. Voltei de lá com essa necessidade de ajudar as pessoas”, relata a cearense.
Para poder se preparar e realizar as candidaturas, Aisha contou com a ajuda dos professores da escola e de um mentor. Ela chegou a ser aprovada em universidades públicas do Ceará, mas o sonho era fazer o curso fora.
“Vim de uma realidade onde estudar numa federal era tudo de melhor no mundo, eu podia ter isso e simplesmente queria mais. Foi difícil explicar para a minha família e muito mais lidar com a pressão que eu fazia em mim, para orgulhar eles (sic) e fazer valer esse período de investimento”, disse.
Gari cego faz rifa para pagar faculdade de pedagogia
E temos outro exemplo de dedicação e superação. Cego desde a infância devido a um glaucoma, Rogério Gomes, 41 anos, sonha em ser professor de braille e história. Mas, as dificuldades financeiras o fizeram trancar o curso este ano. Para retomar esse sonho, ele fez uma rifa entre os amigos para conseguir pagar as mensalidades.
Abraçamos esse sonho com o Rogério e queremos garantir que ele conclua a graduação. Ele nos contou que ainda tem um ano e 6 meses para concluir o curso. Portanto, o valor da campanha é para deixar pago esse período e fazer com que esse grande trabalhador retorne às aulas.
Ajude o Rogério! As doações podem ser feitas pela chave PIX gari-pedagogia@sovaquinhaboa.com.br ou através do site Só Vaquinha Boa, neste link.
“Eu não vou desistir do meu sonho e agradeço demais a todos pelo apoio. Eu vivi e senti a falta que faz um professor de Braille nas escolas e quero mudar isso”, concluiu.
Com informações de Gazeta do Cariri