Conheça a história do queniano Manyang Lual Jok, que deixou seu pais com apenas um envelope na mão e teve sua vida transformada. Hoje, Manyang é graduado em Ciência da Computação e Economia pela Universidade McGill, no Canadá.
Natural do Sudão do Sul, Manyang fugiu de sua terra natal, devastada pela guerra, quando tinha apenas 9 anos de idade. Ele e seus tios foram colocados no campo de Kakuma, no norte do Quênia, onde Manyang viveu de 2005 a 2017.
“Há 4 anos, deixei o campo de refugiados de Kakuma com nada além de Deus e minha atitude de “ir buscar”. Aquele pequeno envelope marrom na minha mão. Deixando para trás minha família e amigos e me mudando para um novo país onde eu sabia que ninguém era assustador”, publicou em seu Linkedin.
A publicação tem inspirado milhares de pessoas e já teve mais de 160 mil curtidas e mais de 4 mil comentários.
A educação transformou
O queniano concluiu o ensino fundamental e médio no campo de refugiados. Foi quando ele ouviu falar sobre o Student Refugee Program (SRP) oferecido pela organização sem fins lucrativos World University Service of Canada (WUSC).
Manyang foi um dos mais de 200 alunos do campo de refugiados de Kakuma que se inscreveram no programa WUSC. O processo levou seis meses e, devido ao acesso limitado à Internet, ele e os outros candidatos do acampamento não puderam verificar o andamento de suas respectivas inscrições.
Quando o corte final foi feito, 20 pessoas foram selecionadas para frequentar uma universidade canadense, a mais de 5 mil km dali. Manyang estava jogando basquete com amigos quando alguém lhe deu a notícia boa que mudaria sua vida!
“As condições no campo eram muito difíceis. Contávamos com as Nações Unidas e outras agências de refugiados para fornecer nossa comida todos os meses, mas mal era suficiente. Mas como eu era muito jovem e tinha acesso limitado à internet ou à televisão, cresci pensando que era assim que o mundo inteiro vivia”, relatou o queniano.
Colação de grau
No último dia 30 de maio, Manyang celebrou a sua graduação numa linda colação de grau. Embora sua família não pudesse comparecer à cerimônia pessoalmente, eles assistiram a transmissão ao vivo de três horas “só para ver um vislumbre de eu obtendo meu diploma”, comemorou o estudante.
“Eu provavelmente não teria acreditado se alguém me falasse. Não porque eu não fosse capaz de me formar em uma universidade de classe mundial, mas porque aquela parte do mundo onde tudo é possível não estava aberta para mim”, disse. “Graças ao WUSC e à McGill, meu mundo mudou.”
Parabéns, Manyang!
Com informações de Fix