Uma nova espécie de dinossauro carnívoro pode ter sido descoberta na região central do Deserto do Saara. Paleontólogos da Universidade de Ohio, em parceria com cientistas egípcios, encontraram partes do animal, que pode ter aproximadamente 98 milhões de anos.
O fóssil encontrado se trata de uma vértebra da base do pescoço de um dinossauro “de corpo amplo” dos abelisaurídeos, um tipo de animal com o rosto parecido com um buldogue, com dentes e braços pequenos, estimado em tamanho de seis metros.
O Deserto do Saara é uma das regiões mais famosas do século XX para a paleontologia. Por aqui já foram encontrados fósseis dos mais variados em excelente estado – mas nunca um terópode. A área do oásis chegou a ser considerada perdida após ser amplamente bombardeada pelos conflitos da Segunda Guerra Mundial.
Fóssil mais antigo
O estudo da nova espécie foi encabeçado pelo estudante de graduação de Ohio, Belal Salem e está publicado na revista científica Royal Society Open Science. O documento relata que, como o fóssil dinossauro está em bom estado, foi possível comparar o material com outros vestígios fósseis, chegando-se à conclusão da grande semelhança com ossos de outros abelisaurídeos já conhecidos.
Ainda, no mesmo estudo, afirma-se que esse se trata do fóssil mais antigo de um exemplar dessa família no Egito.
“Durante a metade do Cretáceo, o oásis de Bahariya provavelmente era um dos lugares mais assustadores do planeta”, disse Belal.
“Como todos os grandes predadores conseguiram conviver nesta época ainda é um mistério, embora isso provavelmente seja um efeito de eles se alimentarem de presas diferentes, se adaptado a caçarem coisas diferentes”, ele continuou, ressaltando que o oásis também é lar da descoberta de outros carnívoros, como o espinossauro.
“Acredita-se que eles possam ter vivido por grande parte do norte da África, chegando até o Marrocos, a oeste, e ao Níger ao sul. Ou até mesmo além”, conclui o estudante.
Dinossauros egípcios
A nova espécie soma-se a três outros grandes predadores encontrados na região, os Spinosaurus, Carcharodontosaurus e Bahariasaurus. Ainda é um mistério para os especialistas como eles puderam coexistir dessa forma. Uma especulação é que possam ter se adaptado a caçar presas diferentes.
“Em termos de dinossauros egípcios, nós apenas arranhamos a superfície”, afirma em nota o coautor do estudo, Hesham Sallam, professor da Mansoura University, no Egito. “Quem sabe o que mais pode estar lá fora?”
Com informações de Olhar Digital