Um gel feito a partir da teia de aranha, que pode ser aplicado por médicos e que ajuda a proteger as proteínas e regenerar fibras do corpo humano. Essa é a promessa da nova pesquisa do Instituto Karolinska, na Suécia, e da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas.
Os pesquisadores afirmam que o gel tem um poder regenerativo muito grande e que pode ser aprimorado para novas aplicações no futuro. O estudo foi publicado na revista Nature Communications.
“Temos um longo caminho a percorrer, mas o fato de a solução formar rapidamente um gel à temperatura corporal e de a seda da aranha ter se mostrado bem tolerada pelo corpo é promissor”, disse, em nota, Tina Arndt, a primeira autora do estudo.
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Solução proteica
No artigo, os cientistas relatam que a experiência abre portas para que alternativas como essa possam integrar a medicina regenerativa.
A capacidade das aranhas de produzir, em frações de segundo, fibras resistentes a partir de uma solução da proteína da seda despertou a curiosidade dos suecos.
Uma parte específica do composto, chamada domínio N-terminal, é fabricada em grandes quantidades pelo aracnídeo e é ela que vem sendo explorada pelos pesquisadores para uso medicinal.
A matéria-prima da teia de aranha é a seda, que consiste em um conjunto de proteínas enfileiradas que ficam armazenadas no organismo do aracnídeo em estado líquido.
Quando essas proteínas são lançadas, se tornam sólidas, elásticas e resistentes. Foi exatamente esse material que foi transformado em um gel injetável para aplicações médicas.
Aplicação médica é a maior promessa
O novo estudo mostra que essa substância tem a capacidade de mudar de forma e se transformar em pequenas fibras que fazem com que a solução de proteína seja convertida em um gel, se incubada a 37º C. Além disso, pode ser fundida a proteínas funcionais que preservam o papel delas.
A descoberta poderá ser utilizada na engenharia de tecidos e para controlar a liberação de medicamentos no organismo.
“Desenvolvemos um método completamente novo para criar um gel tridimensional de seda de aranha que é capaz de ser projetado para fornecer diferentes proteínas funcionais”, afirma, em nota, Anna Rising, líder do grupo de pesquisa do Departamento de Biociências e Nutrição do Karolinska Institutet e professora do Departamento de Anatomia, Fisiologia e Bioquímica da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas.
Com informações de Correio Braziliense