A NASA volta à Lua nesta segunda, 29 e multidões ao redor do mundo vão se reunir para assistir o foguete mais poderoso da história. A Agência Espacial Norte-Americana anunciou o lançamento, em parceria com o setor privado, para as 9h30 da manhã.
Será a primeira missão do programa Artemis 1, isso 53 anos depois dos Neil Armstrong e Buzz Aldrin aterrissaram na Lua o módulo lunar Eagle, em julho de 1969.
O Megafoguete vai decolar da Flórida em uma das etapas cruciais do teste final antes do retorno dos astronautas à lua. A missão pretende explorar o lado econômico da Lua como mineração, telecomunicações e logística espacial, além de estabelecer presença permanente da humanidade no satélite natural do planeta Terra.
Não haverá tripulação agora
Mas não será dessa vez que a missão da Nasa vai levar seres humanos à Lua, de acordo com Annibal Hetem Júnior, professor de engenharia aeroespacial da Universidade Federal do ABC (UFABC).
“Ainda não será um lançamento tripulado, a Nasa vai testar todos os sistemas e impactos que se pode ter nos astronautas em uma missão arrojada de 42 dias, nunca uma cápsula ficou tanto tempo no espaço”, afirmou.
E esta será a missão mais avançada e complexa que a Nasa já realizou.
“A Artemis I vai demonstrar e avaliar sistemas e procedimentos, desde a contagem regressiva e o lançamento, passando pela circunavegação da Lua, na reentrada em alta velocidade da cápsula Orion na Terra, até sua recuperação no mar”, afirmou a porta-voz da Nasa, Rachel Kraft, ao Valor.
“Após o fim da jornada, vamos avaliar os dados, para aí então discutir cronograma de missões tripuladas.”
O foguete e a cápsula
O lançamento está previsto para começar em torno das 9h30 da manhã, com o foguete do sistema de lançamento espacial (SLS) e a cápsula Orion já posicionados na famosa plataforma 39B do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
O foguete tem altura total de 98 metros. É a maior espaçonave já lançada pelos EUA, superando em tamanho o Saturn V, utilizado no antigo programa Apolo.
Missão feita com parcerias
Ao contrário do programa Apolo ou dos ônibus espaciais, que eram de iniciativa puramente da Nasa e outras agências espaciais, o programa Artemis vai contar com amplo apoio de empresas privadas.
Tanto o SLS quanto a cápsula Orion foram montadas por parceiros comerciais e todos os equipamentos que serão utilizados nas missões futuras serão entregues e operados por companhias contratadas pela Nasa.
“A Artemis está inserida na revolução que vem acontecendo no setor aeroespacial mundial, que é focada no setor privado, com empresas como a SpaceX e a Blue Origin”, afirmou Oswaldo Loureda, fundador da Acrux, startup brasileira que atua com propulsão de foguetes.
E se tem muito dinheiro envolvido nessa missão de agora, é porque os especialistas sabem que a economia espacial vai movimentar uma verdadeira fortuna nas próximas décadas
Em relatório recente, o banco americano Citi diz que a economia espacial, chamada de “New Space”, pode gerar receitas de US$ 1 trilhão em 2040, ante US$ 370 bilhões em 2020, com estimativa de custos de lançamento caindo de US$ 1,5 mil por quilo atualmente, já 30 vezes menos do que em 1981, na estreia do ônibus espacial, para uma faixa entre US$ 33 a US$ 300 por quilo em 2040.