O exercício físico é um bem necessário para o nosso corpo. E agora, pesquisadores da Johns Hopkins Medicine e do Dana Farber Cancer Institute, em Boston, descobriram que essas atividades também podem beneficiar pacientes com Parkinson.
Os cientistas observaram que um hormônio, irisina, secretado no sangue durante exercícios de resistência, ou aeróbicos, reduz os níveis de uma proteína ligada à doença e interrompe os problemas de movimento muscular.
O estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, até o momento, foi realizado apenas em camundongos. Entretanto, se confirmada em pesquisas laboratoriais e ensaios clínicos, a pesquisa pode ser o primeiro passo para levar a um tratamento efetivo da doença de Parkinson.
Hormônio do exercício
Os responsáveis pelo estudo são os pesquisadores Ted Dawson da Johns Hopkins Medicine, e Bruce Spiegelman da Dana Farber.
Os dois cientistas utilizaram um modelo de pesquisa de Ted, que diz que as células cerebrais de camundongos são projetadas para espalhar pequenas fibras finas de alfa-sinucleína.
Essa é uma proteína que regula o humor e os movimentos relacionados ao neurotransmissor dopamina. Sendo assim, quando as proteínas alfa-sinucleína se juntam, esses aglomerados matam as células cerebrais produtoras de dopamina, um dos principais gatilhos da doença de Parkinson.
No modelo de laboratório, os pesquisadores descobriram que a irisina impediu o acúmulo de alfa-sinucleína e a morte de células cerebrais associada.
Leia mais notícias boas:
- Mulher que sente cheiro de Parkinson ajuda cientistas a desenvolver teste precoce
- Alzheimer, Parkinson, Esclerose. Tecnologia brasileira restaura funções cerebrais perdidas
- Dopamina ajuda a atrasar progressão do Parkinson, mostra estudo
Resultados positivos
Para comprovar a tese, Ted e Bruce injetaram alfa-sinucleína em uma área do cérebro de camundongos, projetados para apresentar sintomas semelhantes aos de Parkinson.
Duas semanas depois, os pesquisadores injetaram um vetor viral, que aumentou os níveis sanguíneos de irisina nos camundongos.
O resultado foi colhido cerca de seis meses depois. Os camundongos que receberam o hormônio não apresentaram déficits de movimento muscular, enquanto aqueles injetados com placebo apresentaram déficits na força de preensão.
A irisina reduziu os níveis de alfa-sinucleína relacionada à doença de Parkinson entre 50% e 80%.
“Se a utilidade da irisina se concretizar, podemos imaginá-la sendo desenvolvida em uma terapia de genes ou proteínas recombinantes”, afirma Dawson.
Tratamento futuro
Ted e Bruce contam que estão muito esperançosos quanto ao desenvolvimento de tratamentos à base da irisina.
Hoje, estima-se que 1% da população mundial acima dos 65 anos convive atualmente com a doença de Parkinson e atinge 8 milhões de pessoas no mundo. Somente no Brasil, temos aproximadamente 200 mil pessoas diagnosticadas.
Até o momento, não há um tratamento efetivo, que pare a evolução da doença e que traga mais qualidade de vida aos pacientes. Essa pode ser a grande esperança para a medicina. Vamos torcer!
Com informações de O Sul