O primeiro anticoncepcional para homens finalmente vai sair! A injeção completou todos os testes finais e foi considerada melhor que a vasectomia, por ser menos dolorosa e reversível. O teste feito em 300 voluntários apontou 97% de eficácia.
Cientistas do Instituto Indiano de Tecnologia estão desenvolvendo o contraceptivo Risug (Inibição Reversível do Esperma Sob Controle). A Risug será em forma de vacina e terá validade de até 10 anos.
Ela atua no organismo masculino como um gel que danifica as caudas dos espermatozóides individuais, impedindo-os de fertilizar um óvulo. E o melhor: o procedimento pode ser revertido a qualquer momento com uma injeção que mistura água e bicarbonato de sódio.
Não há hormônios
A grande vantagem deste tipo de contraceptivo é que ele não é baseado em hormônios, como aconteceu em testes no passado que deram efeitos colaterais como acne e alterações de humor – comuns em pílulas para mulheres.
O contraceptivo usa um polímero chamado anidrido maleico de estireno que reveste o ducto espermático. O produto químico foi originalmente usado para revestir canos em sistemas de água rurais na Índia, com o objetivo de matar bactérias.
Testes em coelhos, ratos e macacos mostraram o produto que tinha um efeito semelhante no esperma. Depois disso, o Risug passou por vários ensaios clínicos em seres humanos na Índia e agora aguarda a aprovação das autoridades médicas do país.
Nos Estados Unidos, um contraceptivo masculino chamado Vasalgel, que funciona de forma semelhante, também está em desenvolvimento.
Leia mais notícias boas:
- Pesquisadores brasileiros preparam o 1º anticoncepcional masculino
- Anticoncepcional masculino: pílula é anunciada com 99% de eficácia
- Jovem cria anticoncepcional masculino e ganha prêmio
Conquista histórica
Desde a criação da pílula anticoncepcional na década de 60, utilizada hoje por mais de 214 milhões de mulheres no mundo, cientistas buscam um método contraceptivo que funcione de forma parecida e possa ser direcionado aos homens.
Enquanto as mulheres nascem com todos os óvulos que serão liberados durante a sua vida, o homem produz novos espermatozoides a cada 75 dias. Um anticoncepcional masculino teria que inibir a formação do esperma ou impedir sua liberação na prática sexual.
Além disso, a testosterona é o principal hormônio que rege o corpo masculino — inclusive o fator reprodutivo. O anticoncepcional feminino é feito de estrogênio e progesterona em dose baixa, mas suficiente para que o organismo da mulher entenda que não precisa mais produzi-los. Assim, não há mais a quantidade necessária para provocar a ovulação.
Já para o homem, o mecanismo de ação da testosterona é bem mais amplo no corpo, e sua inibição oferece uma série de efeitos considerados mais graves, como perda de libido, mudanças de humor e disfunção erétil.
O procedimento
O procedimento da vacina masculina contraceptiva não é tão invasivo e pode ser feito em poucos minutos.
A injeção é aplicada nos dois ductos deferentes, que são os canais que transportam os espermatozóides depois do amadurecimento, para que se juntem aos líquidos seminais e formem o sêmen.
Uma anestesia local é feita no escroto antes das duas aplicações da vacina anticoncepcional.
O primeiro anticoncepcional masculino deve ficar pronto em até 12 meses.
Com informações de JM Online