Uma garota que viveu uma boa parte da adolescência em um posto de gasolina, quando a família não tinha onde morar e utilizava um escritório do local como casa. A história de vida impressionante é da jornalista Larissa Campos.
Larissa lembra que foi neste tempo que ela mais acumulou histórias de superação, esperança e amor. Agora, formada e sem as dificuldades do passado, ela resolveu escrever um livro para inspirar outras pessoas a nunca desistirem diante os obstáculos que surgem na vida da gente.
Ela escreveu o “A casa do posto” e fala sobre medos, dificuldades financeiras, aventuras e tudo o que viveu. São contos reais, mas que parecem ter sido tirados de um lindo filme. É cheio de inspiração e vontade!
A autora revela momentos que viveu enquanto morava com a família no posto. “Todas [as histórias] com percepções sentimentais em torno da vivência em uma casa atípica, talvez imprópria, quem pode julgar?”, questionou.
Memórias num caderninho
Larissa contou que sempre gostou de escrever. E quando a família se mudou para o posto de combustível, ela se dedicou a guardar as lembranças em um caderninho. Nesta época, era a leitura e a escrita que ocupavam o tempo e a mente da menina.
A ideia de publicar essas memórias começou no início de 2020, quando a jornalista perdeu o avô, Álvaro de Campos.
Larissa explica que essa foi a forma mais generosa de lembrá-lo para sempre e de lidar com a perda. O livro é dedicado a ele.
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A casa do posto
Foram quatro longos anos que Larissa viveu em um posto de combustível Rodovia dos Imigrantes (MT) com a família. Ela lembra que eles se dividiam em um escritório com três cômodos.
A memória, a infância e a imaginação são os temas principais da obra, que mescla lembranças pessoais com criação literária.
São histórias inspiradoras, que mostram a visão de uma jovem sobre a moradia inusitada, a transitoriedade do fluxo de pessoas presente no universo da beira de estrada, as histórias estranhas ali compartilhadas e o cotidiano de uma família.
Livro com áudio
A obra faz parte do Selo Auroras, projeto dedicado apenas à literatura produzida por mulheres.
A escritora também lança nas principais plataformas de áudio (Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts e afins), o audiodrama do livro. Produzido por Altia Podcasts, oito contos do livro receberam narração dramatizada e estarão disponíveis para os ouvintes desses streamings.
Com a epígrafe de Cortázar dizendo “Gostávamos da casa porque, além de ser espaçosa e antiga (…), guardava as lembranças de nossos bisavós, do avô paterno, de nossos pais e de nossa infância”, a autora reitera que o universo de seu livro de estreia é, antes de tudo, afetivo, ainda que carregado de complexidade.
Além de inspiração, a percepção do tempo está na construção dessas histórias. Ela relembra a época em que viveram nesse lar improvisado e as histórias que movimentaram os dias.
As pessoas são feitas de histórias e a autora usa isso como subterfúgio de escrita e criação.
“O futuro é uma parada, outro não-lugar, um posto de gasolina na rodovia do ser-tão desconhecido.”