A brasileira Marina Aguiar usou a própria história para transformar a vida de pacientes que lutam contra o câncer. Diagnosticada com leucemia em 2006, a goiana viu vários sonhos comprometidos quando os médicos falaram que ela tinha apenas 1 ano de vida. Felizmente eles erraram e hoje, Marina trabalha como médica para ajudar pessoas a não desistirem. Que exemplo!
Foi durante o tratamento que Marina refletiu muito sobre o que estava passando. Ela conta que neste momento, sabia que a Medicina era a meta de vida. O propósito era mais que nobre. “Vou ser médica e cuidar de pacientes com a mesma enfermidade que eu”, afirmou.
Com tamanha vontade de viver, a jovem passou por todo o processo até chegar à cura. Após anos de tratamento, ela viu a oportunidade de iniciar os planos traçados ainda no hospital.
Especialista em transplante de medula
Persistente, Marina Aguiar foi à luta, mas, dessa vez, pela vida do próximo. Ela ingressou na universidade de medicina, se formou e depois se especializou em transplante de medula óssea.
A médica foi a primeira residente na área no Estado de Goiás. A residência não poderia ser em um lugar mais especial: justamente no Hospital Araújo Jorge, onde ela se tratou durante meses.
“Fiquei praticamente oito meses internada, entre idas e vindas. Ficava três dias em casa e voltava para o hospital. Até que o médico disse que eu era refratária —quando as células cancerígenas não morrem com o tratamento. Ele indicou transplante de medula óssea”, lembra a médica.
O encontro do doador
Com quase 1 ano na fila de transplante, Marina não encontrava um doador compatível. Foi quando a família tomou uma decisão importante para salvar a vida da jovem.
“Meus pais resolveram engravidar novamente para me dar outra chance de transplante. Fizeram inseminação artificial porque minha mãe tinha feito laqueadura, mesmo assim eles não desistiram da minha cura”, conta.
“Minha mãe engravidou de gêmeos. Só que o parto foi prematuro e as células do cordão umbilical vieram insuficientes para fazer o transplante”, diz.
Com os irmãos grandes, Marina viu as chances indo embora novamente. As crianças não eram compatíveis.
Marina então recebeu a notícia que um doador tinha sido encontrado e, a partir daí, o processo de cura foi acontecendo.
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Medicina por empatia
Curada, a jovem se motivou a fazer Medicina para então tratar pacientes de uma forma mais humanizada.
Ela lembra que a forma como os médicos deram algumas notícias sobre o transplante era desmotivadora.
“Lembro que, na época do diagnóstico, recebi de vários médicos informações frias e prognósticos muito ruins e sombrios. Chegaram a falar coisas do tipo: “Ela não vai aguentar”; “ela não vai sobreviver nem um ano”.
“Infelizmente, para grande porcentagem dos pacientes que morrem, isso é verdade. Mas não acredito que seja a melhor forma de a gente falar para a família e para o paciente porque, desse jeito, tiramos totalmente a esperança dele através das palavras frias”, explica.
Tratamento humanizado
Hoje Marina conta que procura tratar cada caso com o máximo de empatia possível.
“Mesmo que o paciente não tenha prognóstico bom, passo para ele a informação de maneira mais empática”
A médica conta que quer usar o exemplo dela para ajudar pacientes e, inclusive, outros especialistas da área. Hoje Marina faz palestras pelo Brasil, buscando mostrar que a Medicina precisa ser humanizada.
Ela também quer levar o máximo de esperança para os pacientes que, assim como ela, foram “desenganados”.
“A luta foi grande, mas usei toda a dor como aprendizado. Venci. E hoje levo aos meus pacientes um tratamento com a empatia de uma pessoa que sentiu na pele o que eles estão passando”, concluiu a médica.
Com informações de A Redação