Que gesto! O Papa Francisco disse que as leis que criminalizam as pessoas LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) são um pecado e uma injustiça porque Deus ama e acompanha as pessoas com atração pelo mesmo sexo.
“Deus ama-os, Deus acompanha-os e condenar tal pessoa é um pecado”, disse o papa, respondendo a um repórter a bordo do avião papal no caminho entre República Democrática do Congo e Sudão do Sul, na África, no último fim de semana.
O Papa usou ainda as expressões “injustiça” e “um pecado” que “não se deve deixar passar”. De acordo com o ele, aproximadamente 50 países criminalizam pessoas LGBT “de uma forma ou de outra” e cerca de 10 outros têm leis que incluem a pena de morte.
“Criminalizar pessoas com tendências homossexuais é uma injustiça. Não estou falando de grupos, isso é outra coisa, lobbies são outra coisa. Estou falando de pessoas e o catecismo da Igreja já diz que ninguém deve ser marginalizado”, disse o Santo Padre.
Criminalização
Pelos dados da dados da ILGA World, Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex, 66 países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU) criminalizam relações sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo.
Em vários países onde as relações entre pessoas do mesmo sexo são ilegais, as punições podem incluir uma possível pena de morte.
O Papa Francisco reiterou o que já havia afirmado anteriormente: “se uma pessoa é homossexual e crente e busca a Deus, quem sou eu para julgá-la?”
Reafirmando o que disse em uma entrevista recente à agência de notícias Associated Press (AP), o Papa disse que as “pessoas com tendências homossexuais são filhas de Deus”.
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Penas
Em torno de 67 países ou regiões em todo o mundo criminalizam a atividade sexual consensual entre pessoas do mesmo sexo. Entre estes, 11 preveem a aplicação da pena de morte, segundo a Human Dignity Trust, uma organização não governamental com sede no Reino Unido.
Os especialistas dizem que, mesmo quando as leis não são aplicadas, elas contribuem para o assédio, estigmatização e violência contra pessoas LGBTQ.
Em 2013, ao ser questionado sobre a suposta homossexualidade de um padre, o Papa Francisco respondeu: “Quem sou eu para julgar?”.
Quando era arcebispo de Buenos Aires, Argentina, o Santo Padre apoiou a concessão de proteção legal a casais do mesmo sexo, uma alternativa à defesa do casamento homossexual, que a doutrina católica proíbe.
Em 2021, o Papa Francisco foi criticado pela comunidade católica LGBTQ após um decreto do gabinete de doutrina do Vaticano, segundo o qual a Igreja não deve abençoar uniões homossexuais “porque Deus não pode abençoar o pecado”.
Com informações da DW.