O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) anunciou a regularização do pagamento das bolsas de pós-graduação, que estavam atrasadas.
A falta do depósito no dia correto causou incômodo entre os bolsistas, que utilizaram as redes sociais para protestar. Marta Aguiar de Sousa, uma pesquisadora que recebe uma bolsa de pós-graduação pelo CNPq, disse que a falta de informação e a dificuldade em entender o que fazer para cobrar o pagamento foram motivos de preocupação.
Os bolsistas também se queixaram da falta de reajuste no valor das bolsas. A última atualização dos valores foi há dez anos, e desde então, as bolsas de pesquisa para o mestrado pagam R$ 1.500 mensais e as de doutorado R$ 2.200 por mês.
O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que o reajuste está entre as prioridades do governo.
O presidente do conselho, Ricardo Galvão, afirmou que o atraso não teve relação com a falta de verba, mas, sim, com trâmites burocráticos.
Apelo pela regularização
Com o atraso e sem respostas da direção do CNPq, os estudantes começaram a usar as redes sociais para pedir a quitação de todas as bolsas com pagamento pendente.
Marta foi uma delas. A pós-doutoranda explicou que estranhou a falta do depósito no dia correto e ficou acompanhando o crédito.
“Foi um sufoco. Infelizmente ninguém avisa nada. E sabe qual o grande sufoco? É de nem saber como cobrar, como entender o que eu deveria fazer”, disse a pesquisadora.
Diante desses fatores, entidades que representam os bolsistas planejam realizar uma mobilização em Brasília para pressionar o governo a tomar medidas para resolver esses problemas.
Logo após o apelo dos estudantes, Ricardo Galvão se pronunciou no Twitter sobre o caso.
“Lamento o atraso no pagamento das bolsas. Isso ocorreu devido a trâmites burocráticos de transição da documentação para a nova gestão do CNPq. Mas os recursos estão todos garantidos e estamos tentando agilizar o processo para fazer os depósitos o mais rápido possível.”
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Reajuste
No início de fevereiro, Ricardo Galvão também afirmou que o órgão estuda conceder um reajuste da ordem de 40% no valor das bolsas de pesquisa em mestrado e doutorado. O índice, segundo ele, não está fechado, dependendo de decisão da Casa Civil.
“Essa é uma pauta importante. Uma bolsa de mestrado hoje está na ordem de R$ 1.500. De doutorado, R$ 2.100, completamente abaixo dos valores necessários para atrair os estudantes para fazer uma carreira científica”, afirmou Ricardo Galvão.
O presidente do CNPq afirmou que com a PEC da Transição, a Proposta de Emenda Constitucional negociada por integrantes do governo no começo do ano para readequar o orçamento, foram aportados recursos e que com parte deles “vai ser possível utilizar para reajuste das bolsas”.
“Essa é uma das metas principais do presidente Lula. Nós estamos em conversa com a presidente da Capes, professora Mercedes Bustamante, estamos tanto CNPq quanto a Capes fazendo estudos do reajuste das bolsas. Aliás, daqui a uma hora estarei na Casa Civil para acertar os valores finais do aumento dessas bolsas. Claro que não vamos conseguir resgatar o decréscimo devido à inflação, mas estamos propondo, e certamente chegar a um reajuste que eu creio que será da ordem de 40%, mas isso ainda não está definido”, disse.
Com informações de Agência Brasil e O Tempo.