Discriminação racial, religiosa ou de orientação sexual tem delegacia específica no CE
O Ceará, a exemplo do Distrito Federal, passa a ter uma Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrim) da Polícia Civil do Ceará (PC-CE). O objetivo é garantir proteção e acolhimento aos mais vulneráveis.
“É muito importante que vivamos em uma sociedade de respeito e de harmonia. Mas, infelizmente, ainda temos casos de racismo, de intolerância religiosa, de violência contra a população LGBT”, afirmou o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).
Para estruturar a delegacia houve uma ação conjunta da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e Secretaria da Proteção Social, Justiça, Cidadania, Mulheres e Direitos Humanos (SPS).
Apoio
O secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Samuel Elânio, destacou a importância da delegacia. “É um avanço gigantesco em relação ao combate à discriminação e a qualquer tipo de intolerância.”
Com a determinação de oferecer um atendimento mais humanizado, a delegacia vai funcionar dentro do Centro de Formação e Inclusão Socioprodutivo (Cefisp), onde está o Centro de Referência LGBT+ Thina Rodrigues, espaço ligado a SPS, que oferece acolhimento e atendimento à população LGBTI+, em situação de vulnerabilidade social ou em situação de violência decorrente de LGBTfobia.
No mesmo ambiente está o Centro de Referência em Direitos Humanos, que atende a outras vulnerabilidades e violações de direitos humanos.
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Depoimentos
Mharinnes Gomes, mulher trans e moradora da periferia de Fortaleza, faz parte do grupo de acolhidos pelo Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues, elogiou a iniciativa.
“Agora, com a Decrim, vai contribuir mais ainda para a nossa população, que tanto sofre no dia a dia”, disse Mharinnes. “Eu sinto que estamos sendo abraçados”, afirmou.
A Movimento Negro Unificado, Joelma Karine também comemorou a criação da Decrim.
“É uma conquista não só do povo negro, mas também de outros grupos vulneráveis. Os índices de segurança pública mostram que essa parte da população sofre muito com a desigualdade e repressão, principalmente no dia a dia. Então, tendo essa delegacia, essas pessoas vão ter o respaldo de uma maior proteção”, disse.
A delegada titular da Decrim, Daniele Mendonça, disse que haverá um esforço para que a população participe da rede de apoio e de denúncias. “Precisamos que a população entenda a importância de denunciar esses crimes, que serão tratados e punidos como crimes.”
Com informações do governo do Ceará.