“Não encosta na minha parte íntima”, a frase foi dita por um aluno na aula de prevenção ao abuso sexual infantil da professora Shirlei Silva, da rede pública de ensino de Ibirama, Santa Catarina. Realizada, em sala de aula, a dinâmica integra o programa de uma empresa privada que atende a comunidades de periferias do Vale do Itajaí, Alto Vale e Litoral.
O vídeo da dinâmica aplicada pela educadora em sala de aula viralizou. A determinação da professora é conscientizar os pequenos sobre como devem se defender do abuso sexual.
A postagem na internet teve mais de 5 milhões de visualizações, Shirlei recebeu inúmeros comentários de apoio de internautas de vários locais do país.
“Não toque em mim!”
O menino Caio, aluno de Shirlei, é um dos participantes que aparecem no vídeo. Na postagem, Caio aparece em cima da mesa ao lado da professora. Mais cedo, na mesma aula, Shirlei tinha ensinado aos alunos como reagir caso alguém tentasse tocá-los em suas partes íntimas.
Na dinâmica, Shirlei baixa a mão em direção a região genial do garoto, que de maneira ríspida afasta a mão da educadora e reage: “Não encosta na minha parte íntima”.
A reação do menino foi muito elogiada pela professora, que diz para os outros alunos da classe.”Muito bem! Assim que nem o Caio, bem bravo”, disse. O Caio aprendeu direitinho, né?
Professora Shirlei, precisamos de mais educadores assim!
Create Educacional
Shirlei trata um problema seríssimo de forma leve e que as crianças entendam. “O semáforo do toque busca conscientizar as crianças de forma lúdica”, afirmou. A aula de prevenção ao abuso infantil, ministrada pela professora, é completa!
As crianças aprendem onde podem ou não serem tocadas, para quem pedir ajuda em casos de abuso e como buscar socorro na escola.
A dinâmica realizada na sala de aula faz parte de um programa da empresa da professora, a Create Educacional. A empresa tem o objetivo de atender jovens, famílias e comunidades de periferias do Vale do Itajaí, Alto Vale e Litoral.
No roteiro, estão diversos temas como educação sexual, questões familiares e direitos étnico raciais.
Shirlei vem fazendo muito sucesso, e a empresa já atendeu mais de 4 mil estudantes de Ibirama, município de Santa Catarina. A professora contou ainda que depois de reforçar o atendimento na região, para alunos de escolas da rede pública e privada, as denúncias de abuso infantil aumentaram 70%.
Muito obrigado, Shirlei, isso que é defender nossas crianças!
A professora faz questão de frisar que abuso não é apenas o ato sexual. “As crianças entenderam que abuso não é só o ato sexual. É para isso que existe a educação sexual”, explicou.
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Convidada pelo prefeito
A educadora teve um encontro com o prefeito de Ibirama, Adriano Poffo, onde entregou propostas pedagógicas, elaboradas com participação dos estudantes do ensino médio de escolas municipais.
“Queremos dar voz para os estudantes, para que eles levem as propostas de combate ao abuso diretamente ao prefeito”, disse.
Shirlei pediu ao prefeito que essas atividades não aconteçam só em maio, quando no dia 18 do mês, comemora-se o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, mas, sim, que seja tema contínuo no ano escolar.
Falar sobre educação sexual nas escolas é também uma maneira de prevenir os abusos sexuais infantis. É o que afirma Shirlei. A professora ressaltou que ao longo de seus 20 anos de magistério, nunca viu ninguém ensinar sobre sexo ou condicionar orientação sexual do estudante.
Parabéns Shirlei, vocês professores e professoras são incríveis!!!
Como proceder?
Identificou algum caso de abuso infantil? Entenda como proceder!
Diante da suspeita de violência, você pode denunciar o crime através do disque 100 ou 180, do Conselho Tutelar ou das delegacias de proteção à infância e adolescência ou da mulher.
A notificação pode ser feita em anonimato. Vamos ajudar a salvar nossas crianças!
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Confira um trecho da dinâmica da aula!
Com informações de Omunicipioblumenau e NDmais.